sábado, 21 de setembro de 2013

A prova da segunda fase ocorreu no último domingo (15). Para quem não sabe,ela consiste em três questões de português: 1) redação de 600 a 650 palavras, valendo, no máximo, 60 pontos. Se zerar a gramática (se não me engano, são 30 pontos,e a cada erro se desconta um ponto, sendo que alguns descontam dois), zera esse quesito. 2) duas interpretações, de 120 a 150 palavras. A gramática vale 10 e, da mesma forma, se zerar, zera a questão.
A prova já está disponível na página do concurso.

Prepare-se para escrever bem!
A redação foi sobre "às semelhanças e às diferenças de percepção do comércio internacional". Como vem tradicionalmente ocorrendo, os temas são relacionados a PI. Abaixo, os fragmentos que foram dados como base para as argumentações:

Texto I
É um lamentável fato da vida que o comércio internacional tenha, apesar de suas imensas potencialidades, contribuído tão pouco para o desenvolvimento econômico dos países de baixa renda per capita, sobretudo nos últimos tempos da história humana. Em certos casos, através de mecanismos de deterioração das relações de troca, o comércio internacional tem atuado até mesmo como fator de empobrecimento relativo dos países subdesenvolvidos e como veículo de agravamento dos desníveis de rendas entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos.
Fragmento de discurso proferido pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores na
abertura da XVIII Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 17/9/1963.

Texto II
Ao selecionar o embaixador Roberto Azevêdo, a Organização Mundial do Comércio renova o compromisso com uma visão de multilateralismo que privilegia o diálogo, o respeito à diversidade e a busca de consenso, conforme as nossas melhores tradições diplomáticas; uma visão que incorpora as perspectivas de todos os membros, com particular atenção às dos países em desenvolvimento e de menor desenvolvimento relativo; uma visão segundo a qual o comércio não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta para o desenvolvimento e para a melhor distribuição da prosperidade entre as nações, e dentro delas, em benefício de todos.
Fragmento de circular telegráfica do Ministro de Estado
das Relações Exteriores transmitida em 22/5/2013.

Quem realizou a prova, argumentou pelo uso do discurso dos três "Ds" (desarmamento, desenvolvimento e descolonização). O blog Diplomacia Pública, do Itamaraty, publicou um texto sobre o assunto, tendo em vista que, neste mês, o discurso completou 50 anos. Também há um vídeo do MRE Brasil, do discurso:


Link do blog "Diplomacia Pública", com o texto: aqui.

Fica patente que esses canais são de acompanhamento obrigatório. Ainda irei falar mais do Diplomacia Pública, mas já adianto que pode ser uma ótima ajuda para quem quer se preparar, sobretudo, para a terceira fase.

Quanto as outras duas questões, a segunda pedia "como a ideia de “interpretação mestiça” repercutiu nos movimentos sociais e culturais do Brasil no século XX ". O difícil é resumir tudo a 120-150 palavras. Como a ordem era falar dos movimentos sociais e culturais, acho que caberia dizer da Semana da Arte Moderna e da antropofagia, e também do tropicalismo, por exemplo. E, o que seria bom, fazer uma pequena referência ao autor do trecho referido. Creio que citar autores da antropologia, por exemplo, não seria muito adequado, pois, devido ao pouco espaço, estaria fugindo um tanto da análise sócio-cultural.

A terceira questão exigia do candidato que discorresse "sobre as recentes manifestações públicas nos planos nacional e internacional, relacionando-as, em especial, ao fragmento: “Por que os governadores / Não me escutam? Por que não me escutam / Os plutocratas e todos os que são chefes e são fezes?” Não se pode esquecer que o pedido era para relacionar os planos nacional e internacional. Além disso, como o trecho referido é de um poema de Mário de Andrade, creio ser aconselhável que fosse feita uma pequena referência. A relação poderia ser entre as manifestações atuais no Brasil, as ocorridas na Índia e na Europa, por exemplo, em que - em todos os casos - as populações reclamavam da falta de ação dos governantes.

É interessante que, aqueles que nunca fizeram questões de segunda fase, peguem as provas anteriores e esbocem algo. Ao menos para testar o desenvolvimento das ideias. A base para correção pode ser o Guia de Estudos, apesar de que ele contém questões muitas vezes modificadas para serem publicadas (erros de português, por exemplo). De qualquer forma, é um norte... mas creio que seja praticamente impossível fazer a segunda fase sem um cursinho. A redação para o CACD é muito específica, a gramática deve ser impecável e a norma padrão "conservadora" ( o livro base é o do Celso Cunha), e a maneira de se escrever o que a banca quer deve ser desenvolvida com treino.

Há vários cursinhos que oferecem essas aulas na modalidade EAD, inclusive para a correção dos exercícios. É algo que creio ser útil investir.

Abraços e bons estudos; fighting!

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