domingo, 29 de setembro de 2013

Para quem quer voltar ou começar a se preparar para a primeira fase, novamente, eis os cursinhos abertos:

Há muito para ser estudado!
 - Clio: o CURSO REGULAR (para a primeira fase) começou as aulas dia 23. Há aulas presenciais em BSB, SP e RJ, e telepresenciais em diversos pólos (bem como nessas três capitais). Ainda há tempo para se inscrever para as outras aulas, e talvez, há como negociar para fazer as perdidas quando começar o cursinho no ano que vem.
     - CURSO DE REDAÇÃO: português e inglês, para a segunda fase, também começaram no dia 23. Os redação on-line iniciarão dia 07/10.
    -CURSO AVANÇADO: iniciou dia 23, é preparatório para a primeira fase, para quem já fez os regulares ou é formado em alguma das matérias (ou ainda, fez 80% do curso).

Curso Sapientia: o REGULAR iniciou dia 16. O Sapientia é totalmente on-line, e dizem ser MUITO bom. Creio que ainda há como recuperar as aulas.
        -CURSO DE RESOLUÇÃO DE QUESTÕES: também iniciou no dia 16.

Curso Atlas: CURSO AVANÇADO - inicia dia 07/10

Curso Atlas GranDiplomata: online, inicia dia 17/09. Não sei se há como recuperar o que foi perdido.

Curso O Diplomata: a nova turma REGULAR, turma PARIS, começou as aulas dia 23/09. É presencial, em Brasília.

-Escola Superior Diplomática - segundo o site, o curso on-line de exercícios iniciaria em setembro.

-Curso JB: não sei se iniciou algum curso agora...

O Sapientia já publicou a sua nova revista (*_*). Corram para conferir, é ó-te-ma! Clique aqui: Revista do Curso Sapientia.

Abraços, bons estudos e fighting!

sábado, 28 de setembro de 2013

Gostaria de agradecer a tod@s que votaram na enquete. Eu fiz ela com o objetivo de saber quais dos conteúdos, que eu tenho em mente para desenvolver, vocês achariam interessante. A ideia não é trabalhar nos que foram mais votados, mas apenas saber o quão interessante possam ser a quem vem ao blog em busca de informação.
Infelizmente, eu farei de acordo com minhas possibilidades e facilidades, assim, pode ser que textos sobre os estudos, por exemplo, possam demorar um pouco a vir, e eu escreva sobre morar em Brasília, que me demanda menos tempo. Mas pretendo me organizar para falar um pouco sobre cada um :).

O resultado da enquete:

Sobre a carreira
  3 (25%)
Sobre cursinhos
  4 (33%)
Sobre o concurso
  6 (50%)
Leituras básicas
  9 (75%)
Dicas de sites, de livros e de revistas
  5 (41%)
Sobre morar em Brasília
  2 (16%)
Conteúdo direcionado a estudos (textos,notícias)
  4 (33%)

Sei que é legal a gente poder entrar todo dia em um blog e ter um conteúdo novo. Eu faço isso quando venho a internet - em geral para desestressar. Blogs tem conteúdo rápido, muitas vezes divertido ou informativo. Eu gostaria de fazer algo no modelo do Concurseiro Solitário, com postagens interessantes todos os dias, mas eu não estou tendo tempo para isso, nem ideias e tampouco tenho capacidade. Essa semana foi pesada, tive prova e precisava ir bem, e começou um novo ciclo no cursinho, além de ter outras coisas pessoais que todos temos. Creio que, para garantir a intensidade (e sem perder a qualidade), seria preciso uma equipe, com dias definidos para cada pessoa, mas é algo bem difícil de organizar.

De qualquer forma, tentarei postar com mais frequência, assuntos mais variados, um pouco mais de conteúdo. Sei que os outros blogs (ao menos os que eu conheço, que são os listados na esquerda) também não estão muito ativos - com exceção do "Um pouco de tudo", que traz conteúdos variados. É difícil para quem estuda para o TPS e tem outros afazeres se manter ativo e disposto nisso... além disso, temos pouco feedback, o que também não estimula ehuehue... fora que o concurso exige muito de nós "por fora", e também, para elaborar um conteúdo, demora certo tempo, o que fica conflituoso - é um jogo de trade-off.

Estou terminando a lista que passa na esquerda dos livros básicos (básicos dos básicos) indicados.E  quero arrumar as "abinhas de cima", colocando conteúdo sobre o concurso, sobre os cursinhos e materiais. Aliás, já está na hora de divulgar os cursos que começaram (vou providenciar isso amanhã eu espero >.<).

Eu fiz essa postagem para agradecer a vocês que sempre vem aqui (e eu posso ver isso pelo meu feed de visitas, muauhauhau >:]). Eu fiz o blog com a intenção de ajudar pessoas que querem ingressar na carreira mas não tem quase nenhuma ideia, que ouviram falar sobre isso e querem pesquisar mais, que moram longe de BSB e querem mais informações, ou aqueles que estudam ou querem estudar/se organizar e estão perdidos. Espero que ajude, saber que tem visitas frequentes (mesmo que poucas - mas sei que deve ser pessoas interessadas) faz pensar que o blog cumpre um pouco esse papel. Está muito aquém do ótimo/ideal, mas tento fazer o que posso, e também tento melhorar. E, claro, acima de tudo, é um espaço para opiniões pessoais e divulgação de coisas interessantes, não apenas conteudístico (porque para mim a vida de concursos envolve muito mais que isso). Espero que possa ajudar,de alguma maneira.

Então, 


Bons estudos e fighting!



sábado, 21 de setembro de 2013

A prova da segunda fase ocorreu no último domingo (15). Para quem não sabe,ela consiste em três questões de português: 1) redação de 600 a 650 palavras, valendo, no máximo, 60 pontos. Se zerar a gramática (se não me engano, são 30 pontos,e a cada erro se desconta um ponto, sendo que alguns descontam dois), zera esse quesito. 2) duas interpretações, de 120 a 150 palavras. A gramática vale 10 e, da mesma forma, se zerar, zera a questão.
A prova já está disponível na página do concurso.

Prepare-se para escrever bem!
A redação foi sobre "às semelhanças e às diferenças de percepção do comércio internacional". Como vem tradicionalmente ocorrendo, os temas são relacionados a PI. Abaixo, os fragmentos que foram dados como base para as argumentações:

Texto I
É um lamentável fato da vida que o comércio internacional tenha, apesar de suas imensas potencialidades, contribuído tão pouco para o desenvolvimento econômico dos países de baixa renda per capita, sobretudo nos últimos tempos da história humana. Em certos casos, através de mecanismos de deterioração das relações de troca, o comércio internacional tem atuado até mesmo como fator de empobrecimento relativo dos países subdesenvolvidos e como veículo de agravamento dos desníveis de rendas entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos.
Fragmento de discurso proferido pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores na
abertura da XVIII Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 17/9/1963.

Texto II
Ao selecionar o embaixador Roberto Azevêdo, a Organização Mundial do Comércio renova o compromisso com uma visão de multilateralismo que privilegia o diálogo, o respeito à diversidade e a busca de consenso, conforme as nossas melhores tradições diplomáticas; uma visão que incorpora as perspectivas de todos os membros, com particular atenção às dos países em desenvolvimento e de menor desenvolvimento relativo; uma visão segundo a qual o comércio não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta para o desenvolvimento e para a melhor distribuição da prosperidade entre as nações, e dentro delas, em benefício de todos.
Fragmento de circular telegráfica do Ministro de Estado
das Relações Exteriores transmitida em 22/5/2013.

Quem realizou a prova, argumentou pelo uso do discurso dos três "Ds" (desarmamento, desenvolvimento e descolonização). O blog Diplomacia Pública, do Itamaraty, publicou um texto sobre o assunto, tendo em vista que, neste mês, o discurso completou 50 anos. Também há um vídeo do MRE Brasil, do discurso:


Link do blog "Diplomacia Pública", com o texto: aqui.

Fica patente que esses canais são de acompanhamento obrigatório. Ainda irei falar mais do Diplomacia Pública, mas já adianto que pode ser uma ótima ajuda para quem quer se preparar, sobretudo, para a terceira fase.

Quanto as outras duas questões, a segunda pedia "como a ideia de “interpretação mestiça” repercutiu nos movimentos sociais e culturais do Brasil no século XX ". O difícil é resumir tudo a 120-150 palavras. Como a ordem era falar dos movimentos sociais e culturais, acho que caberia dizer da Semana da Arte Moderna e da antropofagia, e também do tropicalismo, por exemplo. E, o que seria bom, fazer uma pequena referência ao autor do trecho referido. Creio que citar autores da antropologia, por exemplo, não seria muito adequado, pois, devido ao pouco espaço, estaria fugindo um tanto da análise sócio-cultural.

A terceira questão exigia do candidato que discorresse "sobre as recentes manifestações públicas nos planos nacional e internacional, relacionando-as, em especial, ao fragmento: “Por que os governadores / Não me escutam? Por que não me escutam / Os plutocratas e todos os que são chefes e são fezes?” Não se pode esquecer que o pedido era para relacionar os planos nacional e internacional. Além disso, como o trecho referido é de um poema de Mário de Andrade, creio ser aconselhável que fosse feita uma pequena referência. A relação poderia ser entre as manifestações atuais no Brasil, as ocorridas na Índia e na Europa, por exemplo, em que - em todos os casos - as populações reclamavam da falta de ação dos governantes.

É interessante que, aqueles que nunca fizeram questões de segunda fase, peguem as provas anteriores e esbocem algo. Ao menos para testar o desenvolvimento das ideias. A base para correção pode ser o Guia de Estudos, apesar de que ele contém questões muitas vezes modificadas para serem publicadas (erros de português, por exemplo). De qualquer forma, é um norte... mas creio que seja praticamente impossível fazer a segunda fase sem um cursinho. A redação para o CACD é muito específica, a gramática deve ser impecável e a norma padrão "conservadora" ( o livro base é o do Celso Cunha), e a maneira de se escrever o que a banca quer deve ser desenvolvida com treino.

Há vários cursinhos que oferecem essas aulas na modalidade EAD, inclusive para a correção dos exercícios. É algo que creio ser útil investir.

Abraços e bons estudos; fighting!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Peço desculpas a quem acessou o blog hoje à noite, mas até agora estive tentando mudar uma coisa e gerou um problema em todo o layout. Quis colocar o sistema de resposta de comentários e isso alterou todo o blog, de modo que gastei umas 3h fazendo os ajustes para voltar ao normal :(. Quem nunca mexeu com blog não sabe como demora para aprender e ajustar as coisas (ainda mais quando a base é mínima). 
Mas, em compensação, acrescentei uma lista com vídeos que pode ser úteis, na barra à direita, no canto inferior. Pode eventualmente aparecer algo que não seja pertinente, mas é que eles são selecionados por meio de palavras-chave.



E agradeço a quem já votou na enquete, aproveitando para reforçar o convite aos demais.

Espero nunca mais repetir esse transtorno, porque me gastou muito tempo e concentração, além de ter sido vergonhoso rsrs...mas faz parte.

Abraços e fighting!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Eu coloquei uma pequena enquete no canto inferior esquerdo do blog. Gostaria de pedir a quem acessa que,se quiser deixar uma contribuição, vote nela, é bem simples e rápida. É para saber o tipo de conteúdo que as pessoas que acessam gostariam de ler. Criei esse blog com o objetivo principal de informar e ajudar, de certa maneira, as pessoas interessadas na carreira e que querem prestar ou que estão prestando o concurso. Assim, é uma forma de sondar o conteúdo que possam estar procurando.



Estou organizando a lista de livros essenciais. Como eu coloquei um widget que passa os livros (com suas imagens, nomes e link), é um pouquinho pesado para carregar a página (mesmo eu tendo tirado muitos recursos), mas é a maneira mais fácil porque não ocupa tanto espaço e dá boa visibilidade. Tentarei acabar essa semana.

Abraços e fighting! Bons estudos!

sábado, 14 de setembro de 2013

O que te inspira a acordar cada dia com um objetivo fixo na cabeça? O que te inspira a aguentar estudar naquelas horas em que o sono já pegou pesado há tempos? O que te inspira a investir dinheiro, tempo, juventude para alcançar um objetivo? O que te inspira a usar o tempo precioso em um projeto tão difícil? O que te inspira  a querer ser diplomata?



Eu já falei algumas vezes aqui sobre o blog dos Jovens Diplomatas. Isso me inspira. Os jovens diplomatas. Aqueles que, iguais a nós, enfrentaram toda essa barra por um sonho muito distante, na maioria das vezes. Que ousaram se aventurar por caminhos tortuosos, mergulhar no desconhecido e apostar muitas fichas nisso. E que nos mostram que isso vale, sim, a pena.

Quem não acompanha o blog, sugiro que comece a ler. Além de geniais e aprazíveis, as leituras dão ânimo, geram conhecimento, emoções. E não são muito frequentes, o que não tomará muito tempo, rsrs...

Em especial, quero citar aqui as postagens do jovem diplomata Eduardo Mello. Não sei nada a respeito dele, além do que acompanho no blog hehe. As postagens recentes do diplomata Eduardo falam sobre o tempo em que viveu em Guiné Bissau, as emoções, os desafios, as esperanças; acompanhadas de belas fotos, poesias, descrições. Falo dele em especial aqui porque no dia 11 ele publicou o "final" de sua saga em Guiné, já que, ao que me parece, ele mudará de país. Ainda aguardando a autorização do autor (rsrs), literalmente copiei e colo o texto para vocês lerem, se emocionarem, se arrepiarem, com cada palavra... e sentir aquela inspiração, o sonho, o amor possível de uma carreira encantadora. Acho que essa postagem de Eduardo Mello transparece o que muitos de nós sonhamos com a diplomacia, o que nos move a lutar a cada segundo por alcançar esse objetivo. E, claro, para mim ele é uma grande inspiração.

Tomei a liberdade de por uma música para quem quiser ouvir junto com o texto. Mas é de meu gosto, espero que descubram (ou relembrem) uma música legal. Mas se não gostarem, compreenderei totalmente.

Desfrutem, e inspirem-se.

Abraços e bons estudos.



A última brisa de Bissau

Nota nº 2
Situação na Guiné-Bissau
04/01/2012
O Governo brasileiro acompanhou com preocupação os acontecimentos ocorridos na Guiné-Bissau, em 26 de dezembro de 2011, que provocaram a morte de duas pessoas.
Como país amigo e na qualidade de Presidente da Configuração da Comissão de Construção da Paz (CCP) para a Guiné-Bissau das Nações Unidas, o Brasil tem se coordenado com as autoridades da Guiné-Bissau para promover reformas internas naquele país e colaborar para a superação de seus desafios político-institucionais.
O Governo brasileiro associa-se à União Africana em sua manifestação de apoio à Guiné-Bissau e de engajamento permanente em acompanhar os esforços que visem a consolidar a paz e a estabilidade, além de promover o desenvolvimento sustentável na Guiné-Bissau.
O Governo brasileiro seguirá acompanhando os desdobramentos da situação na Guiné- Bissau, em coordenação com os demais membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e tendo presente a ação da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). 
* * *
A revoada dos flamingos tinge de preto, de rosa, a idílica aurora de Orango. O mar escuro, sonolento de amanecer, recorda seus tons de verde com o nascer do sol. O barco, as lembranças, contornam a praia, adentram o r que, serpente, levará ao coração da ilha.
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* * *
As semanas anteriores não haviam sido fáceis. Adrenalina, tensão, medo. Saliu avisara, a situação não estava “nada boa”: a Fortaleza de Amura, sob ataque; o paradeiro do Primeiro- Ministro e do Chefe das Forças Armadas, desconhecido; o Presidente incomunicável e sob tratamento médico na França. Saliu dirige com cautela, consulta suas fontes, “kal kii kaminhu mais seguro, há barreiras”. Cruzam tropas, patrulhas militares, em direção a Amura.
Bissau, normalmente sonora no início da manhã, prende a respiração, procura saber o que está ocorrendo. Há muito por fazer: informar Brasília e aguardar instruções; manter o alerta na Embaixada; proteger a Diplomatriz – e ainda a Sogra, que desta vez veio pessoalmente defender a filha. Precisamos aconselhar os brasileiros que aqui estão a serviço, manter o fluxo de informações. “Chefe Edu, Brasília tchomau, ligação de Brasília”, diz a Odete. “Secretário, estão perguntando se a situação é grave”, diz a Glória, sobre os brasileiros residentes que telefonam para nosso Setor Consular.
Ouvem-se tiros e explosões esparsas. Odete ajuda a monitorar o ritmo nervoso das rádios, Sampaio fica de prontidão para o envio de telegramas. Assim como outras representações diplomáticas, a Embaixada é cercada por militares, para impedir tentativas de asilo, como explica em Crioulo o soldado que ostenta um lança-foguetes à porta do Centro Cultural. E quem está no comando? Silencia.
Chega o entardecer, esquecidos almoços e amenidades. O Governo eleito retoma o controle e convoca reunião com o Corpo Diplomático. “Eduzinhu, Mariano sta dja na karru, bu misti bai Palácio di Guvernu, reunion di tudu Imbachadores ku Chanceler gora, kinti-kinti”. Saio apressado, não sem antes roubar-lhe umas castanhas torradas.
O toque de recolher é implantado e permanecerá toda a semana. A tensão, também: mais tiros, mais explosões durante as longas noites, perseguições, algumas mortes. O Chefe da Marinha, Bubo Na Tchuto, é preso sob a acusação de liderar os golpistas. Causam apreensão os boatos de um novo ataque, vindo do interior, e com maior intensidade, para libertar Bubo. Na linha de frente da cobertura jornalística, o blog Ditadura do Consenso.
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Como em 2010, cancelamos os ambiciosos planos de Ano Novo. Restaurantes fitchadus, festas canceladas. A circulação é limitada durante a noite, as Forças Armadas mantém alerta máximo. A Diplomatriz e a Sogra improvisam uma ceia, com bravura e não muito sucesso. Se no ano passado o Reveillon foi solitário na Embaixada, neste ano é com a Sogra em um pequeno quarto de hotel… Mas sejamos otimistas!, estamos no mesmo fuso do Reino Unido, coloca aí na Al-Jazeera English, guria, vamos comemorar com as multidões de Londres e Edimburgo, ânimo!
* * *
O Embaixador antecipa o retorno das férias, o que permite um fim de semana de folga. Tomamos a avioneta para Rubane, sob os receosos protestos da Diplomatriz. A destemida Sogra, por outro lado, sorri ao sobrevoar as ilhas, contempla as compactas palmeiras e diz sentir-se o Indiana Jones.
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O estresse, a falta de ar, o nervosismo daqueles dias, tudo desaparece ao despertar no bangalô, ao som da maré. Espreguiço-me na varada à beira d´água, começo a desfrutar do silêncio, do ar puro, quando a Sogra, no bangalô vizinho, grita sucessivos “bons dias”…
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O Presidente Malam Bacai Sanhá falece em Paris. Da etnia mandinga, era considerado fator de estabilidade e respeitado por diferentes setores – políticos, militares, religiosos. Sua morte abre novo foco de instabilidade em espaço “neutralizado” até 2015, quando findava o mandato. Convocam-se eleições, a serem realizadas em até 90 dias, como manda a Constituição. Muitos pressentem nova fase de perigosa confrontação política. A um povo, às vezes, falta mesmo sorte.
É o que se debate no jantar de despedida oferecido pelo Embaixador. Para esse evento, tradicional e quase protocolar, confraternizamos com os mais significativos amigos locais e estrangeiros, feitos por ocasião do trabalho. A lista começa, naturalmente, com João e Sadjá, diplomatas guineenses, colegas intercambistas no Rio Branco. Johann e Cláudia, da África do Sul; Víctor, da União Européia; Luis, de Angola; Luis Vaz Martins, da Liga Guineense de Direitos Humanos; Alexander e Irina, diplomatas russos; Gorka, o basco da Unesco; o Cônsul da Índia; Iancuba Indjai, conselheiro de Defesa da Presidência, ausente por conta da campanha eleitoral.
Como retribuir as palavras do Embaixador, e as amizades tão marcantes quanto fugazes?Por discrição, o Embaixador pouco foi mencionado nestes relatos. Não seria necessário dizer que eles somente foram possíveis por conta do excelente ambiente de trabalho proporcionado pelo Embaixador. Pelo voto de confiança. Pelo modelo de dedicação e companheirisimo, sempre de portas abertas a todos, o Embaixador. Habilidoso na diplomacia, “cartesiano” no proceder, cordial mesmo nas dificuldades, o Embaixador. Chefe e amigo, o Embaixador Jorge Kadri.
* * *
No feriado de Carnaval, despedimo-nos das ilhas Bijagós. O pouso em Bubaque exige prévio rasante, para alertar as crianças e os animais. De lá, duas horas de lancha até Orango, sobressaltados – assustados – com a maré alta, as ondas, as duchas. No limite do arquipélago, pouco habitada, Orango é a maior das ilhas.
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O vento, selvagem, revolve o mar. Na tabanka de Etinhoque, o Régulo veste os melhores panos em seus improváveis 86 anos. Mostra-nos a escola, em cujas paredes lê-se “A escola é ser alguém na vida”, “A escola é a igualdade”. Leva-nos ao interior do mausoléu da Rainha Okinka Pampa, recordada por negociar com os portugueses no início do século passado. Meninas, crianças, aparecem e correm em nossa direção, abro os braços, mas todas procuram a Diplomatriz.
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Sob mosquiteiros, sonhamos com o dia seguinte. O amanhecer é de flamingos em um banco de areia, alçando voo com a aproximação do barco. Retornamos à costa e ingressamos no rio que leva ao Parque Nacional de Orango, em zigue-zague, rumo ao centro da ilha. Atravessamos manguezais, mato cerrado, percorremos longa trilha na savana, em meio a árvores de onde nos observam ressabiados macacos. Começam a aparecer as marcas de gigantescas pegadas na vegetação.
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Alcançamos a outra tabanka da ilha. Em respeito à tradição, pedimos ao Régulo permissão para avistar os animais. Belmiro, o guia, reitera ser baixa temporada, podemos não ver nada, mas os olhos arregalados da Diplomatriz denunciam a enorme expectativa. Faz muito, muito calor, ele pede silêncio e cuidado, “não se mexam, já volto”. Retorna com um largo sorriso, beijando os dedos, com satisfação, sussurro-grito: “venham, VENHAM VER!”
Na lagoa, os famosos hipopótamos de Orango, treze adultos, dois filhotes, observam-nos, pouco amigáveis. Mergulham, bocejam, abrem as enormes bocas em ruídos de ensurdecer. “Djubi, manga di pis-cavalu”, vem quantos hipopótamos, diz Belmiro. Os “peixes-cavalo” de Orango nadam e andam alguns quilômetros até o mar, toda noite, para que o sal tire as sanguessugas. Contemplamos, em silêncio e estado de gracias.
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* * *
A lembrança do retorno é aquela que, no futuro, mais se confundirá com o sonho. Agora na maré baixa, levitamos, deslizamos por um tapete verde-azulado, descobrindo as ilhotas que emergem por algumas horas do dia. Nos canais naturais entre Bubaque e Rubane, todos com nomes portugueses, o barco passeia, sinuoso, observado do banquete de frutos do mar que fazem os pelicanos, gaivotas e tantos outros.
Em Bissau, distúrbios de uma manifestação política causam confronto entre militares e policiais. Nessa época, começamos a embalar a mudança, a fazer as malas, a nos despedir. Reunimos no Auditório do Centro Cultural funcionários e amigos da Embaixada, dos projetos, das comunidades brasileira e guineense.
Entre discursos e agradecimentos, Claudiany avisa que a Suzana, funcionária do Centro, lerá carta dos funcionários do Centro, para a Diplomatriz. À medida que avança a leitura, ela começa a chorar, a chorar a cantos. Incha o rosto, soluça, chora descontroladamente, até que a retiro e levo-a para o toalete. Lá, com alegria, com tristeza, sente o peso do tempo, sente que naquele momento toda a experiência africana, pouco a pouco acumulada, começa a virar memória.
A Diplomatriz partiu no início de março, findada sua licença de trabalho. Levou, como nossa última lembrança, o show de Manecas Costa no Centro Cultural Francês, onde o auditório repleto cantou em coro “n` misti vivi”, “quero viver” (http://www.youtube.com/watch?v=z03Z6JBi0JU). A cada acorde, a sensação de que a saudade destes dias nunca passará. Nadar sob as centenárias mangueiras no fim de tarde. Ela, aprendendo “Bethena” ao piano. A cozinha improvisada, sinfonia de barulhinhos, de sons apaixonados em panelas e frituras, cheiros e temperos, com o “bis” na lavagem-malabarismo no chuveiro. A devoção ao Centro Cultural, a vontade de querer ajudar a todos. A dor de quem se ressente mais das injustiças contra o outro. A Diplomatriz partiu no início de março.
* * *
A cidade passou a viver o clima das eleições. Comícios, músicas de apoio dos principais grupos, discussões sobre o uso da máquina estatal e o financiamento das campanhas. O processo é organizado com apoio da comunidade internacional e coordenado pelo PNUD. A CPLP contribui com técnicos, logística e material de votação, fornecidos por Brasil, Angola e Portugal, respectivamente.
É de esperança o domingo 19 de março de 2012. Romântico eleitoral, passeio pelas ruas e testemunho a vibração das mesas de votação nas esquinas de Bissau Velho. Os cidadãos comemoram, vaiam e fiscalizam a contagem dos votos. As projeções iniciais apontam para segundo turno, e a lisura do
sufrágio é confirmada por todas as missões de observadores – União Africana, CPLP, União Européia, Reino Unido. Cinco candidatos, entretanto, convocam coletiva de imprensa para anunciar que não aceitarão os resultados – quaisquer que sejam.
* * *
Último dia. Desperto, mas não levanto, como se pudesse adiar o início da manhã. Das tantas vidas da carreira, sofro pela iminência da primeira morte. O tempo transcorre a contragosto, ao ritmo de conversas com hora marcada. As últimas brincadeiras com Sampaio, com João, companheiro de todas as horas. Recolho as coisas da sala, desligo o ar condicionado, fecho a janela, ao som de Basimanyana, de Vusi Mahasela. Despeço-me dos funcionários e do Embaixador, preparo-me para partir.
Não, não esqueci da Odete, nha mamé guinensi, minha mãe guineense. Na verdade, foi ela quem se despediu, bem mais cedo. Eu vinha ensaiando todo um discurso, mas Odete entrou às pressas na sala, presenteou-me com um pano de pintche do Amílcar, que decorará futuras casas. “Eduzinhu, nha codé, n` ka gosta di dispidida, ami triste tchiu, misti bai, Deus obrigadu  pa tudu, tudo de bom pra você”, disse, sem olhar. Sem dar chance para resposta, parte decidida, secando as lágrimas com as longas e finas mãos.
Agradeço aos funcionários do hotel, retenho os espaços do quarto, vazio há alguns dias. Victor e Gorka impedem que a espera pelo voo seja demorada, e convidam para uma última cerveja no Bistrô do belga – ánimo, hombre! É lá que me busca Saliu Sabi Sillá. Até o aeroporto, da sala de embarque para o avião, não há mais horas, são todos segundos. Na poltrona ao lado, última das saudáveis coincidências, senta-se Manecas Costa e conta a origem de “Nha Mamé”.
* * *
No dia seguinte, passeio pela feira da Naschmarkt, em Viena, onde se vendem algumas peças de artesanato africano. O ar é de primavera, o ambiente é de absoluta leveza, de absoluta disparidade. Como foi possível viver tantos anos sem conhecer a África, a Guiné?  Repete-se a recordação da decolagem rumo a Lisboa, Bissau distanciando-se com suas poucas luzes, que hoje bastam para identificar desenhos, ilhas, sotaques. E a recordação daquele passo, o último passo antes de entrar no avião, quando a derradeira brisa de Bissau acariciou-me a vida.
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Quem quiser ler mais, clique aqui.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Quem acompanha o concurso deve saber que o resultado da primeira fase já saiu, na segunda feira pela manhã, juntamente com o gabarito oficial. Pelo que se percebeu, a nota de corte - altíssima, por sinal - foi de 49,15. Entretanto, não houve grandes oscilações, claro, se não se considerar as notas dos extremos. Mas é normal, para uma nota tão alta. 



O gabarito oficial sofreu várias alterações. Algumas anulações e modificações. Portanto, eu recomendo a quem fez a prova que a corrija novamente e calcule a nova nota, pode ser que você foi melhor do que imagina :).

Tem pouquíssimos conhecidos meus que passaram. Muita gente boa ficou de fora. Mas também, com tão poucas vagas, o normal é que muita gente boa (que não são poucos), infelizmente fiquem de fora.

Claro, tem o pessoal que deve ter se preparado para a segunda fase e que também não conseguiu... e aqueles, iguais a mim, que sabem que não conseguiram de primeira, mas que esperam conseguir no próximo.

Como se espera que o concurso do ano que vem ocorra rápido, é preciso se reerguer logo. Cada vez mais eu entendo as "angústias"de um concurso como esse. Não que os outros concurseiros não cansem, não sofram ou não se frustrem. Todos temos momentos em que queremos largar tudo e fazer outra coisa, talvez totalmente diferente. Mas o CACD é um concurso sui generis, porque quem estuda para isso, apesar da carga de conhecimento acumulada, praticamente não consegue prestar outro concurso, dadas as diferenças dos conteúdos. E isso, muitas vezes, desanima.

Não sei o que será do ano que vem. O que eu penso é em fazer o meu melhor para conseguir. Não há como pensar em "concorrência", em corte. Há as 26 vagas (o que se sabe até agora, espero que aumentem), e só preciso de uma. E quem consegue é porque estudou. Sempre tem quem consiga, por que não eu? Acho que não é o momento de pensar nas dificuldades, nas poucas vagas, mas o momento de se concentrar em fazer o melhor. Além disso, é preciso ver o que teve de positivo: meu desempenho foi melhor, eu sei de bem mais coisas, acho que, de certa forma, evolui....

Por isso, a dica que dou para quem "ficou" é seguir em frente. Há pouco tempo para o concurso do ano que vem, o que é bom para quem quase chegou lá. Ainda há tempo para estudar melhor ou rever certas coisas. Há tempo para se preparar. Claro que talvez é preciso estudar com um ritmo bem mais intenso ( meu caso), mas acho que podemos nos preparar. Muita gente desanima, quase desiste, tira férias. Acho que isso impacta negativamente. O pouco tempo é algo bom, de certa forma, pois ainda é possível manter o ritmo, a memória do que foi estudado.
Os cursinhos estão iniciando novos cursos (logo vou fazer um post sobre isso), então, é bom estudar as matérias que ainda não foram vistas ou revisar o que não ficou bem fixado.

Também é oportuno escutar músicas, ver filmes que reanimem. Eu acho que eles ajudam, pois filmes mostram de uma maneira rápida coisas que demoram a acontecer. Mostram como pode haver uma solução, mas que isso pode não ser muito fácil.

Um filme que eu gosto muito é o "Voando Alto". Um filme não muito longo, e que é bem bom para assistir. É possível encontrá-lo aqui.

Abraços e bons estudos!

domingo, 1 de setembro de 2013

Sempre me perguntei como estudar para PI, dado que ocorre tanta, mas taaaanta coisa no mundo que é impossível ler todos os jornais e gravar os dados. Até que luzes abençoadas me disseram que devemos é ler o site do Itamaraty. Eu sempre lia o site quando fazia estágio, mas esse ano quase não acompanhei (ai que burra!). Sério, é algo básico, todo mundo sabe que é importante. Mas, como o site do Itamaraty é muito técnico e não mostra tanto as discussões do exterior (mais as do âmbito interno, é claro), creio que muitos fazem igual a mim e o relegam a segundo plano, dando prioridade a Foreign Affairs e ao Le Monde Diplomatique para saber da crise no Oriente Médio ou dos conflitos nas fronteiras dos Estados Unidos. Acabamos achando - ingenuamente - que o que devemos saber é o que está na mídia. Principalmente quem estuda por conta, acaba por não ter esse "click" muito importante.
E esquecemos do básico - saber o que acontece com minúcias no Brasil! Afinal, a tendência da prova é essa.

Ululado é o prolongamento do uivo dos cães :)
Não digo que não devemos ler os outros periódicos. Mas tente usar como um exercício para estudar inglês/francês/espanhol. Leia algumas notícias curtas diárias (porque das longas pouco se lembra e também não se aprende muito da estrutura), tente aprender umas 5 palavras com cada, cuide a estrutura gramatical: colocação de pronomes (em espanhol é muito importante), ordem direta/indireta das frases, etc. Ou seja: una o útil ao agradável. Além de tudo, esse tipo de conteúdo é mais propício de cair em geografia ou história do que propriamente em PI (em que se pede muito da política externa brasileira).

Assim, terei que correr atrás do prejuízo e fazer um "revival" de tudo o que aconteceu, rsrs...

Mas fica a dica, para estudar atualidades para PI, leia e anote as notas que saem no site do Itamaraty. Até porque nos jornais saem opiniões diversas, muitas vezes "atacando" o governo, o que você obviamente não se atreverá a fazer em uma prova.... para concorrer a um cargo público!

Portanto, acho que o mais adequado para falar sobre a "troca de Chanceleres" é ler os discursos do site. A gente sabe do imbróglio que causou isso, mas também não há como tirar conclusões; o governo ainda está estudando seus passos. O que nos resta fazer é observar, nos informar (de maneira não apaixonada, através dos periódicos com posicionamentos e críticas fortes, muito menos pelos comentários da televisão), e estudar o que é possível: asilo é direito humano? Há a obrigação em conceder salvo-conduto, e o que obriga a isso?

Saída de Patriota e o novo Chanceler, Figueiredo.
De qualquer maneira, se você não acompanhou muito e quiser ter uma ideia geral de toda a situação, no G1 saiu comentários de ex-diplomatas sobre o Patriota - muitos já diziam que ele iria sair ou não continuar no caso de uma possível reeleição da Dilma (ao contrário de Amorim, que ficou). Leia aqui . No Terra saiu um pequeno panorama sobre o novo Chanceler, Luiz Alberto Figueiredo Machado aqui.


Abaixo,  o discurso do Embaixador Patriota. Um exercício interessante àqueles que não tem como estudar inglês em cursinho, ou moram longe dos grandes centros, ou então, querem treinar mais ainda, é traduzir o texto e comparar com o site (sempre vem abaixo do original em pt). Depois, estudar a estrutura, os erros, etc. 

Nota nº 299

Discurso do Embaixador Antonio de Aguiar Patriota na cerimônia de posse do Ministro de Estado das Relações Exteriores

Palácio do Planalto, 28 de agosto de 2013
Não há honra maior para um diplomata de carreira do que servir como Chanceler da República. Serei eternamente grato a Vossa Excelência pela oportunidade que me foi oferecida de trabalhar pelo Brasil em um momento em que nosso extraordinário País desponta como um dos principais atores do século XXI. 



De Vossa Excelência, tive a satisfação de sempre receber orientações precisas e equilibradas, que ao longo de minha gestão à frente do Itamaraty inspiraram nossa diplomacia a aprimorar-se e a elevar a qualidade de sua atuação na formulação e implementação da política externa brasileira. 

Agradeço igualmente a Vossa Excelência pela nova oportunidade que me oferece ao indicar-me para chefiar a Missão do Brasil junto às Nações Unidas. Trata-se de área que me remete à origem de minha carreira diplomática, quando comecei como jovem terceiro-secretário na Divisão das Nações Unidas. 

Para substituir-me nas funções de Ministro das Relações Exteriores, não poderia haver melhor escolha do que o Embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, amigo e colega desde que dividimos a mesma sala em 1981. 

O Embaixador Figueiredo exibe um dos currículos de realizações mais expressivos entre os diplomatas de nossa geração, particularmente em área em que o Brasil exerce liderança inquestionável no plano internacional, nos temas ambientais, climáticos e de desenvolvimento sustentável. 

Talvez mais simples seja dizer que Luiz Alberto Figueiredo é o diplomata que produziu "O Futuro que Queremos" na Conferência Rio+20. 

Nesta oportunidade, não posso deixar de manifestar meu mais profundo agradecimento à cooperação que recebi em minha gestão por parte dos demais Ministros de Estado. 

O Itamaraty, pela natureza de suas atividades, exerce suas funções em estreita coordenação com os demais Ministérios e órgãos de Governo, sempre com o objetivo compartilhado de buscar a eficiência governamental na defesa dos interesses nacionais. 

Senhora Presidenta, 

Vossa Excelência está construindo um País capaz de erradicar a pobreza extrema, de distribuir a riqueza de forma inclusiva, de crescer de forma sustentada e desenvolver-se na sustentabilidade, em um ambiente de democracia, pluralidade e respeito aos direitos humanos, com atenção à voz das ruas. 

O Brasil é um País que reflete em sua política externa os mesmos valores e as mesmas prioridades que o mobilizam no plano doméstico. 

A política externa do Governo de Vossa Excelência foi construída sobre as bases sólidas herdadas do período 2003-2010. A plataforma de inserção do Brasil, forjada na última década, consolidou-se e atualizou-se em seu Governo. 

O aprofundamento da integração regional se tem feito acompanhar da ampliação e da dinamização das relações com um número cada vez maior de parceiros em matéria de comércio, investimentos, ciência, tecnologia e inovação. A contribuição ativa aos grandes debates políticos e conceituais tem sido acompanhada pelo alcance verdadeiramente universal da diplomacia brasileira. 

De janeiro de 2011 a julho de 2013, Vossa Excelência realizou 37 viagens ao exterior. No mesmo período, o Brasil recebeu 48 visitas de Chefes de Estado e de Governo estrangeiros. Como Ministro das Relações Exteriores, até julho de 2013, participei de mais de 180 atividades no exterior, entre visitas bilaterais, eventos multilaterais e acompanhamento de Vossa Excelência. Durante os dois últimos anos e meio, o Brasil foi visitado por Chanceleres estrangeiros em 91 ocasiões. 

São números contundentes que expressam o novo padrão da inserção internacional do Brasil. E reflexo desse padrão é também o fato de termos conquistado importantes posições internacionais em entidades como a Organização Mundial do Comércio e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. 
Nesse contexto, permito-me expressar minha especial satisfação com o fato de que, durante minha gestão, o Brasil venceu todas as eleições para postos internacionais que disputou. 

Senhora Presidenta, 

O aperfeiçoamento da ação da democracia brasileira envolve uma abertura crescente do Governo à contribuição da sociedade civil. Nesse espírito, o Itamaraty vem adotando iniciativas específicas que apontam na direção de uma diplomacia mais aberta à interação com a sociedade. O Ministério das Relações Exteriores quer sistematizar essa interação de maneira permanente e institucional. 

Durante minha gestão à frente do Ministério das Relações Exteriores, compareci regularmente a audiências públicas nas Comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara e do Senado Federal. Essas ocasiões me permitiram apresentar fatos e compartilhar análises sobre as esferas de atuação do Itamaraty.


Em meus contatos com o Parlamento e a sociedade civil, pautei-me sempre pelo compromisso com a transparência. Nenhum assunto foi evitado, por mais sensível que fosse, inclusive aqueles relativos à situação do Senador boliviano Roger Pinto Molina. 


O Governo brasileiro ofereceu proteção ao Senador Roger Pinto em estrito cumprimento a suas obrigações estabelecidas na Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático. Durante o período em que o Senador esteve asilado na Embaixada do Brasil em La Paz, o Governo brasileiro agiu sempre no respeito à soberania boliviana, sem deixar de buscar – por intermédio de mecanismo específico que se reuniu diversas vezes ao longo dos últimos 5 meses – solução negociada e juridicamente sólida que garantisse o trânsito seguro do Senador para o território brasileiro. 

A atuação independente de servidor em La Paz, em assunto de grande sensibilidade e sem instruções, representa conduta que não pode voltar a ocorrer. Por força de nosso trabalho, a diplomacia brasileira conquistou respeitabilidade e credibilidade. Estou certo de que continuará assim. 

Aos servidores do Itamaraty, no Brasil e no exterior, que pautam sua atuação por elevado grau de responsabilidade e ética profissional, desejo dirigir, por intermédio do Senhor Secretário-Geral, o Embaixador Eduardo dos Santos, os meus mais profundos agradecimentos. A eles presto minhas homenagens neste momento. 

Quero fazer, por fim, uma referência aos jovens brasileiros que veem na diplomacia uma opção profissional de valor. E, ontem mesmo, eu recebi um e-mail que muito me comoveu de um estudante de 15 anos que dizia que seu maior sonho é servir o Brasil no exterior. A todos vocês, quero transmitir meu entusiasmo para que se associem ao nosso trabalho, unidos pela confiança que nutrimos na grandeza desta Pátria e na capacidade renovada do Brasil de viver a paz e a prosperidade e privilegiar o diálogo entre as nações. 

Muito obrigado.

*grifei

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