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As etapas da carreira estão definidas em lei. A hierarquia é rígida, como nas Forças Armadas. São seis degraus. Quem passa no concurso assume o cargo de terceiro-secretário, enquanto ainda faz o curso no Rio Branco. Depois de pelo menos 20 anos, pode chegar a ministro de primeira classe, verbalmente chamado de “embaixador” mesmo se não chefia uma missão no estrangeiro.
Apenas a primeira promoção, para segundo-secretário, é automática. “Ela ocorre semestralmente, de acordo com as vagas decorrentes de promoções nas classes superiores”, explica o embaixador Denis Pinto, subsecretário-geral do Serviço Exterior. A partir daí, as promoções se dão por mérito.
Existe um atalho. Os postos no exterior são classificados em quatro categorias, de A a D. Para o cálculo das promoções, o tempo nos postos C (em cidades como Pequim, Moscou e Nova Délhi, entre outras) conta em dobro, e nos postos D (como, por exemplo, Cartum e Islamabad), o triplo. Ainda assim, é preciso ficar pelo menos três anos em cada classe.
Mas para subir qualquer escada é preciso chegar ao primeiro degrau. Neste caso, vencer milhares de candidatos - número muito superior ao de diplomatas existentes - em provas de Direito, Economia, Geografia, História e tantas outras, distribuídas em quatro fases. A meritocracia já é exercida muito longe da Esplanada.
QUEM É QUEM - 3.º secretário: O terceiro-secretário já é diplomata, mas é também aluno do Curso de Formação do Rio Branco, que dura dois anos. Outros cursos virão mais adiante.
2.º secretário: A primeira promoção, para o cargo de segundo-secretário, é a única automática, e leva, no mínimo, três anos. A partir daqui, é por mérito.
1.º secretário: O primeiro-secretário pode ser assessor do ministro ou do secretário-geral. É também a primeira classe na qual o diplomata pode chefiar alguma coisa: a assessoria que atende às consultas dos deputados e senadores e acompanha os tratados no Congresso.
Conselheiro: Para chegar a conselheiro são necessários, no mínimo, nove anos. O conselheiro pode chefiar uma divisão (como a de Direitos Humanos ou a das Nações Unidas), ou até um posto do grupo D.
Ministro de 2.ª classe: O ministro de segunda classe, chamado apenas de “ministro”, já pode assumir a chefia de um departamento (como o de Meio Ambiente, ou do Oriente Médio).
Embaixador: Dos 1.400 diplomatas em atividade, apenas 130 estão na classe mais alta da carreira. São chamados de “embaixadores”, mesmo em Brasília. Somente eles podem chegar a secretário-geral do Itamaraty. O mais jovem embaixador em tempos recentes é Gelson Fonseca Júnior - promovido em 1991, aos 44 anos.
PRIORIDADES DIPLOMÁTICAS - O diplomata que fica em Brasília ou serve nos postos A (em cidades como Berlim, Berna, Bruxelas, Buenos Aires, Haia, Lisboa ou Londres) ou B (Atenas, Budapeste, Oslo, Montevidéu, Praga, Santiago ou Tóquio, por exemplo) avança mais lentamente na carreira.
ACELERANDO A CARREIRA - Já quem se aventura pelos postos C (como Ancara, Assunção, Caracas, Havana, Pretória, Seul ou Varsóvia) ou D (Bagdá, Brazzaville, Cartum, Nairóbi, Porto Príncipe ou Teerã, entre outros) pode ser recompensado com promoções mais rápidas.
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