domingo, 10 de agosto de 2014

Olá a todos!
Faz tempo que não posto aqui!


Finalmente, acho que retornarei! Este post é para explicar um pouco do que aconteceu comigo. Precisei dar uma pausa para por a cabeça no lugar. E, sim, foi bastante tempo. Quem acompanhou o blog, sabe que o Rio Branco é meu sonho, e algo pelo qual venho com certa dedicação há um tempo. Isso implicou em minha mudança (sozinha, e sem conhecer uma alma) para Brasília, logo após formada, e a engrenar nos estudos e MUITAS aulas no Clio. Eu também transferi a minha faculdade para a UNB, e quero terminá-la...

Ano passado foi o começo disso tudo. Longe da família, das paisagens e climas conhecidos, do sotaque... não foi tão ruim; Brasília é uma boa cidade para morar. Muito boa, bonita, aconchegante. Acho que encontrei um lugar que gosto. O problema maior foi que, desde o Ensino Médio, venho estudando MUITO, primeiro, para ingressar na Federal, e, posteriormente, para ter um bom currículo. Ao contrário da maioria, minha faculdade foi a pior fase da minha vida. Não gostava dos meus colegas, meu curso era muito ruim, e eu não via retorno no que fiz. Para 'fugir' disso, fazia muitas coisas.

Do E.M. para cá, foram cerca de 7 anos dormindo muito pouco (4 ou 3h/dia), com sobrecarga de atividades e de estresse. Há cerca de cinco anos não tenho férias. Nem sei mais o que é descansar e ir a uma praia...  e o final da faculdade, o período que eu achei que a minha "felicidade" viria, foi decepcionante. Tive problemas na adaptação do currículo na UNB, e não consegui render o que queria. Além disso, mudar para tão distante é saber o que as pessoas tem a oferecer, e,  para mim, foi uma imensa decepção com tudo que havia "construído por anos", principalmente com a família. Fora isso, a situação familiar não é tão boa.

Então, imaginem. Eu resolvi engrenar forte nos estudos a partir de novembro/dezembro, trocando os dias pelas noites, tomando muito café, não tive final de ano, nada. Isso depois de um semestre de cálculo 1 com a obrigação de passar! Achei que isso traria alguma coisa, a velha máxima de "o esforço resultará em algo". E tive um PÉSSIMO desempenho no CACD, pior do que quando eu não estudava. Sem contar que, na semana de provas, eu mudei de ap. para outra área da cidade (e, neste ano, outra mudança: não moro mais sozinha). Isso cansa, essa inconstância da vida e a dedicação sem resultados.

Bom, eu pirei, literalmente!Tive fortíssimas crises de ansiedade, TOC e o escambau. E passei por isso sozinha... agora faço tratamento, psiquiátrico e psicológico, e o bendito remédio (não sei o que seria sem ele, no momento) me rendeu uns 3 meses de efeitos colaterais fortes e bem ruins :(. Fora isso, eu perdi uns 7 kg em meio ano.

Esse post não é para falar somente de mim, mas também para mostrar um lado dos estudos que eu nunca vi ninguém contar. Evitei ao máximo falar sobre isso, aqui, decidi fazê-lo, pois acho que pode vir ajudar. Felizmente, em algumas conversas na internet (recentes), pessoas me alertaram para dar uma parada, pois isso pode piorar, e forçar a anos para recuperação. Tudo o que eu acumulei de falta de sono, cafeína e estresse nesses 7 ou 8 últimos anos provavelmente danificaram meu cérebro. Isso provoca problemas nas conexões, alteração do ritmo biológico e funcionamento de genes e dos neurônios. Resulta em doenças muito chatas e fortes. Para melhorar, é preciso reacostumar o organismo (por isso a psicoterapia), e ter outro ritmo de vida. Além dos remédios. Mas isso não ocorre de um dia para o outro. Ainda tenho síndromes de pânico, de ansiedade, de depressão... só que, atualmente, sei lidar com isso.

Eu me permiti essa pausa, e diminuir o ritmo, dormir mais, até me sentir apta a retomar. E não quero estudar 12h por dia (por deus, quem faz isso? Se nem é permitido trabalhar isso tudo!). Eu quero ser uma pessoa comum, capaz de dormir, de ver televisão, e de estudar o que conseguir. De sair sem sentir culpa, tirar umas férias e uns feriados, podendo ler uns capítulos, mas sem correr contra o tempo. Não quero acreditar nos mágicos que não comem e não dormem para passar no concurso, e que não querem ter vida social. Quero poder desempenhar algo que eu goste, também, e curtir quando meus pais me visitam. Sinceramente, admiro mais quem consegue assim, com equilíbrio, do que quem dá uma de "super-herói". Nem sei se isso é verdade. Porém, aos que querem ingressar nessa vida, saibam das verdades que ninguém conta. Não façam disso a vida de vocês, como eu fiz - e não tive qualquer retorno - mas façam disso parte dela. E não tem por que não dar certo. Muitas pessoas passam "quando menos esperam".

Nesse tempo, assisti mais a televisão, e, algo que eu gosto muito é de ver clipes. Tem uma música do Eminem (eu adoro ele!) que fala um pouco sobre isso. Li que ele era viciados em remédios psiquiátricos. Pelo que entendi, na música ele fala sobre isso, sobre o fato de haver essa pressão do "agarre o momento", "faça o máximo", e como isso o deixou doente e transtornado. A vida não é assim, ela dá oportunidades, muitas, e, muitas vezes, quando não ocorre exatamente o que queremos, vem muitas coisas boas. Um exemplo pessoal, eu fui proibida de cursar Relações Internacionais, mas, ao ter que achar alternativas, pude conhecer pessoas incríveis, estagiar, cursar economia, e ter amigos para a vida toda. Se tivesse conseguido o curso, sei que a turma não era boa, e a graduação também não. Teria perdido tudo o que ganhei. É claro que isso não significa que eu não devo fazer o que quero, mas que um pouco de paciência e aceitação das circunstâncias é positivo!

Gostaria, por fim, pedir desculpas pela minha ausência, principalmente ao Danilo (do blog Diplomacia: uma perspectiva...) e ao Leonardo (do Sobrediplomacia). Fizemos um grupo de estudos, e eu sinto que abandonei ele.  Pude perceber como vocês são o máximo, queria muito que fôssemos colegas :D! Não queria decepcionar vocês, mas, como a maioria não estava rendendo, também não me senti culpada. Então, me permiti parar. Mas estou à disposição para tentarmos outra vez :)!

Abaixo, deixo a música do Eminem e uma do Natiruts (de Brasília) para descansar e equilibrar a vida. Não é a toa que as religiões nos ensinam isso. E acho que somos burros ao tentarmos cada vez mais sermos máquinas e cada vez menos animais e naturais. Todo bicho gosta de uma vida tranquila, descanso, paz. Isso faz parte da nossa natureza, não temos por que eliminar isso.

Para finalizar de vez o post, parabéns aos novos diplomatas! Tem gente ali que me encheu de orgulho, me ensinou muito, mesmo que com a observação. Obrigada por me permitirem um pouco dessa alegria :D!


Abraços e fighting!

sábado, 5 de abril de 2014

Quero desejar a todos os CACDistas uma boa prova, amanhã! Que tenham paciência, força e sabedoria, e que nossos HDs funcionem ao máximo :P!
 
Saibam que esquecimentos, dúvidas, medos e ansiedades fazem parte da vida da maioria das pessoas nesses momentos, mesmo que muitos neguem ou escondam...vcs não estão sós!
 
Que façamos o nosso melhor!!! E que segunda feira comece com todo o gás!
Quem achar que terá que tentar novamente em 2015, pode deixar comentário ou mandar email para participar do grupo de estudos punk que estamos organizando. Queremos começar logo!
Abraços,e deixo essa música, que me alegra muito :)!

 
Wake up kids
We've got the dreamers disease
Age 14 we got you down on your knees
So polite, you're busy still saying please

Frienemies, who when you're down
ain't your friend
Every night we smash their Mercedes-Benz
First we run; and then we laugh till we cry

But when the night is falling
and you cannot find the light
If you feel your dream is dying
Hold tight

You've got the music in you
Don't let go
You've got the music in you
One dance left
This world is gonna pull through
Don't give up

You've got a reason to live
 Can't forget
we only get what we give
Four a.m. we ran a miracle mile
we're flat broke
but hey we do it in style
The bad rich
God's flying in for your trial

But when the night is falling
and you cannot find a friend
You feel your tree is breaking
Just then

You've got the music in you
Don't let go
You've got the music in you
One dance left
This world is gonna pull through
Don't give up
You've got a reason to live
Can't forget
we only get what we give

This whole damn world can fall apart
You'll be ok, follow your heart
You're in harms way I'm right behind
Now say you're mine

You've got the music in you
Don't let go
You've got the music in you
One dance left
This world is gonna pull through
Don't give up
You've got a reason to live
Can't forget
we only get what we give
Don't let go
We feel the music in you

Fly high
What's real can't die
You only get what you give
You only get what you give
Don't give up
Just don't be afraid to live
 

Abraços,e fighting!

domingo, 30 de março de 2014

Olá a todos! Desculpem-me o afastamento, que se justifica pela falta de tempo nesse último mês. Além do TPS, questões pessoais tem exigido muita concentração de mim. Saibam que não estão sós sofrendo com a ansiedade, angústias, medo, desânimo e cansaço pré-TPS, mas precisamos nos reerguer :).
 
O blog não parou; continuo a responder e-mails e comentários, portanto, sintam-se a vontade para interagir :)! Também estou tentando me reorganizar para esse ano (esse devir eterno), e espero atuar melhor aqui.
 
O Leonardo, do Sobrediplomacia e eu estamos tentando organizar um grupo de estudos "punk" para quem realmente quer passar em 2015; se alguém tiver interesse, envie um e-mail ou deixe um comentário. Divulgaremos maiores informações após o TPS.
 
Deixo uma reportagem que vi no Yahoo para nos motivar nessa difícil caminhada. É para lembrar o que fez com que muitos sonhassem e lutassem pela diplomacia. Se não for por nós, que seja por eles, mas isso tudo valerá a pena.
 
Abraços e fighting!
 
Mais de 10 mil crianças já perderam suas vidas desde que o confronto entre forças do governo e rebeldes começaram na Síria. No total são 4,2 milhões de meninos e meninas afetados pela violência e falta de serviços básicos.

Além disso, perdem familiares, suas casas e seus amigos em uma situação que tem deixado a Unicef em estado de alerta. Por conta disso, a instituição colocou no ar uma campanha que pretende recolher 1,2 milhão de assinaturas para acabar com a guerra na Síria.
 
Em outra imagem impressionante, três meninas fazem suas lições no meio da rua porque fazia menos frio do que dentro das salas de aula. Junto delas, um homem que participa da guerra está apoiado em seu fuzil. Uma das maiores preocupações da Unicef é a perda da infância para essas crianças (Foto: Niclas Hammarström)
Dania é uma dos rostos que imortalizaram a figura infantil em meio à guerra na Síria. Ferida, ela tem apenas 11 anos e foi atingida enquanto brincava na rua com seus irmãos, testemunhas do tiroteio aos 6 e 2 anos. Ela conseguiu sobreviver, se recuperar e viu o hospital no qual se curou ser bombardeado meses depois de sua saída. Sua foto foi eleita a melhor de 2013 pela Unicef (Foto: Niclas Hammarström)
Com a referência da guerra em suas cabeças, as crianças a transformam em diversão. Essa imagem retrata um garoto que brinca com um pedaço de madeira em forma de metralhadora (Foto: Niclas Hammarström)
Brincadeira é coisa rara para as crianças da Síria. Bonecas, bola e outros brinquedos acabam sendo destruídos e ficam em meio aos escombros. Além disso, as crianças não têm acesso aos serviços básicos de saúde e educação e são testemunhas de violência constante e exarcerbada (Foto: Niclas Hammarström)
 
Alladín é criança, mas tem o olho de adulto e as mãos negras de tanto trabalhar. No momento desta fotografia, trabalhava recolhendo capsulas de balas. Uma profussão um tanto quanto perigosa, já que a realiza nas redondezas de tiroteios e bombardeios. É a forma que ele tem de ajudar sua família a ganhar pouco dinheiro (Foto: Niclas Hammarström).
 
Outra grande preocupação da Unicef são as crianças enquanto refugiadas. A ausência da figura de um lar, de uma referência desse tipo é preocupante para seus desenvolvimentos. Essa imagem retrata uma família deixando uma cidade fantasma, destruída após bombardeio (Foto: Niclas Hammarström).

 

sexta-feira, 7 de março de 2014

Esses dias estava na consulta habitual ao site do Itamaraty quando me deparei com um recurso "mágico" e desconhecido (para mim, ao menos). É um pequeno mapa do Google que mostra os locais em que o Ministro Luiz Figueiredo esteve desde que assumiu a pasta, com um pequeno resumo do que foi feito em cada um.
É um ótimo recurso para revisão de PI, tendo em vista que (para mim, ao menos) é difícil gravar todos os eventos e todas as visitas oficiais que ocorreram. Fico triste de não ter o referente às visitas do Patriota, mas creio que, para essa prova, talvez não será referência (no sentido de acontecimentos recentes).
Também indico que leiam a agenda que o Itamaraty divulga, com os eventos internacionais que o Brasil participará (aquela em que tem as datas e o que será feito). Não acho que cairá a de março, por exemplo (mas não sei com que antecedência é feita a prova...). Ano passado caiu uma questão de que a Presidenta esteve no Japão, e isso era incorreto; agora com "Certo e Errado" pode ser um ponto a mais!

Onde fica, no site

https://mapsengine.google.com/map/edit?mid=zg1LHFRnxEHM.kqR-mEGE9vlg
A página

 

Abraços, bons estudos e fighting!
Não se apavorem, está todo mundo meio maluco nessa reta final, mas temos que tentar manter a calma e a sanidade :). De nada adianta fazer uma "maratona mortal" de estudos e desmaiar no dia da prova, então, mantenham a calma e respeitem seus limites :).
 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

EDITAL 2014

Confiram os gráficos do Sobrediplomacia para conferir as mudanças.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Achei muito interessante o texto, sobretudo pelo "resumão" histórico e a crítica, ao mostrar que o contexto que levou ao golpe foi, também, social.
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(por Mércio P. Gomes)

Na rememoração dos 50 anos do golpe militar vêm surgindo diversas novas explicações sobre esse infausto acontecimento que deixou uma herança tenebrosa para o Brasil. A principal delas é que o golpe não foi só militar, mas também civil. Isto é, uma parte significante da sociedade brasileira, especialmente aquela capaz de veicular suas atitudes contrárias ao que estava acontecendo no país, demonstrou que não queria o tipo de governo existente e pediu aos militares para intervir. E eles o fizeram. Outra nova explicação é a de que os primeiros quatro anos da intervenção militar não teriam sido propriamente uma ditadura, já que o Congresso Nacional não fora dissolvido, apenas uma parte dele fora escoimada por cassação de seus direitos políticos. Assim, a ditadura só teria começado mesmo a partir do Ato Institucional nº 5, de dezembro de 1968, que não somente cassou mais direitos políticos mas também proibiu uma série de direitos civis e jurídicos de todo e qualquer cidadão, dando ao governo plenos poderes para intervir em quaisquer instituições sociais e políticas. Uma terceira explicação revisionista é a de que a ditadura só teria valido até a chegada da Anistia ampla, geral e irrestrita, perdoando tanto os que foram cassados, quanto os que se rebelaram em forma de terrorismo político, quando os militares todos, inclusive os que praticaram atos de tortura. Assim, a partir de 1979, a ditadura efetivamente acabara, ainda que a democracia não tivesse ressurgido de forma completa, mas se re-instalara o regime de cunho autoritário, de transição à democracia, tal qual o fora nos primeiros quatro anos do golpe original (1964-68).
O curioso nesse revisionismo é que essas análises vêm tanto da direita quanto da esquerda. Basta exemplificar com dois historiadores respeitados na academia que frequentemente escrevem em jornais importantes, como O Globo ou Folha de São Paulo, e são entrevistados em programas de televisão.
Do lado da direita democrática ou legalista está Marco Antonio Villa; do lado da esquerda democrática ou legalista situa-se Daniel Arão Reis.
Chamo-os de democráticos ou legalistas porque cada um deles não ventila qualquer sentimento de simpatia por mudanças drásticas no regime que vivemos; ao contrário, querem o aperfeiçoamento da democracia.
Os dois escreveram livros em que fazem a revisão de análises anteriores sobre o caráter da ditadura militar. Além das vistas acima, outra revisão forte é a de que, independente da ditadura de 64, o Brasil tem sido sempre um país de caráter autoritário. A República instalada em 1889 teria seguido o mesmo padrão de autoritarismo impregnado na elite brasileira, desta vez sob a égide do positivismo, ele próprio uma visão de mundo autoritária e no fundo anti-democrática, que foi fundamental para convencer os militares a dar o “golpe” de 15 de Novembro que resultou na queda da monarquia. O positivismo, daí por diante, teria sido o mentor da visão e das ações tidas por republicanas em nossa história mais recente.
Os positivistas não eram democráticos, no sentido liberal da palavra. Acreditavam que o povo, qualquer povo, mas em especial, o brasileiro, não tinha meios de determinar seu destino. Precisava de tutores, que seriam os técnicos, os engenheiros, advogados, militares, e tal; isto é, precisamente a classe média brasileira, que, àquele tempo, era majoritariamente descendente de um segmento da elite decaída.
Com efeito, os primeiros presidentes brasileiros foram dois marechais, ambos de origem da classe média nordestina. Depois vieram gente da elite paulista, mineira e fluminense, até surgir um verdadeiro positivista, Getúlio Vargas, da elite rural gaúcha, que liderou uma revolução proposta por segmentos da elite agrária e da classe média, e instalou, durante algum tempo, uma verdadeira ditadura de ordem positivista, com tinturas fascistas.
De todo modo, a crer nos novos revisionistas, independente de qualquer partido ou segmento político-econômico, os governos brasileiros teriam sido sempre motivados e levados pelo sentimento de autoritarismo, seja disfarçado em ditadura, seja em democracia populista, seja em democracia liberal. Até Juscelino Kubitschek não escapara desse predicamento.
Os autores mencionados mostram que o golpe de 1964 contou com a participação de muita gente boa que depois se virou contra a ditadura. Não só os indefectíveis Carlos Lacerda, Magalhães Pinto e Ademar de Barros, mas até mesmo Dom Paulo Evaristo Arns e Ulysses Guimarães, para ficar em poucas citações.
Outros autores estão pesquisando agora a fase parlamentarista e presidencialista do governo João Goulart. Querem saber como o povo em geral e a classe média em particular se comportavam em relação a essa experimentação política e como viviam perante a azáfama política e cultural que tomara conta do país.
Para muitos a vida parecia muito insegurança, talvez. Medo de que a coisa degringolasse para uma ditadura sindicalista, ou simplesmente para uma anarquia sem pé nem cabeça. Alguma coisa de incompetência administrativa, de confusão com muitas esperanças ilusórias. Daí o protesto da classe média -- é mais ou menos o que se propõe.
Eis, portanto, para onde encaminha-se a revisão do que até agora sabíamos sobre o golpe de 64. Seja como vier, não se pode esquecer, de nenhuma maneira, que esse golpe, pelo que sabemos dos estudos do cientista político já falecido, René Dreyfuss, foi precedido em 10 anos pela tentativa de golpe sobre Getúlio Vargas, em 1954, com um portentoso escândalo construído pela mídia e por partidos de direita e até de esquerda, como o velho PCB, de que Getúlio vivia num “mar de lama”. Não se pode esquecer, em especial, a evidência irrecusável da extensa preparação de um golpe contra João Goulart por meio de um elaborado conluio entre empresários, militares e o governo norte-americano.
A revisão é necessária, sem dúvida. Mas não pode ser pelo apagamento dos outros acontecimentos. Nem tampouco pela indiferença às suas consequências nefastas para a sociedade brasileira como um todo.
Com efeito, o Brasil vinha crescendo em ritmo acelerado não só economicamente mas também social e culturalmente. A classe média urbana encontrara um caminho próprio na arte, na música, no cinema. Havia participação de camponeses no Nordeste, a luta pela educação realizada pelo governo Miguel Arraes, através de Paulo Freire, a euforia pela fundação de Brasília, a reforma da universidade brasileira via criação da Universidade de Brasília, por Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, a ampliação de direitos trabalhistas, inclusive o 13º salário, a tentativa de fazer uma reforma agrária e de controlar um tanto a remessa de lucros das empresas estrangeiras pela necessidade de investir no Brasil – tudo isso eram ações políticas inovadoras, alcançáveis, porém derrogadas por muitos anos e que continuam a pressionar os governos brasileiros até hoje.
O golpe de 64 foi uma drástica interrupção de um processo social de crescimento da democracia brasileira, bem como de ampliação da sociedade como um todo. O que veio depois dispersou anos de trabalho e de ampliação de direitos e prerrogativas de uma sociedade em ascensão. O governo ditatorial pode ter trazido desenvolvimento econômico e ampliação da educação universitária, como se reconhece. Mas, quem há de dizer que essas conquistas não teriam vindo de todo modo e sem as agruras da instalação do autoritarismo como forma de governar o país.
Mutatis mutandi, embora sem pressionar tanto por uma comparação entre 1964 e o que vivemos agora em 2014, não podemos negar que a democracia cresceu e se estabeleceu com segurança, especialmente depois da Constituição de 1988. Entretanto, não se pode relaxar com o que temos, nem deixar de nos mantermos alertas para chamar a atenção contra os novos discursos anti-democratizantes, alguns de caráter reacionário, que clamam por uma volta ao autoritarismo institucional.
Se somos autoritários em nossa cultura política, é hora de nos conscientizarmos disso e continuarmos a lutar para sobrepujar esse grave defeito social. Nada é congênito na vida de um povo. A sociedade, como já disse Mangabeira Unger, é um artefato humano que pode ser transformado pela consciência dos homens.
 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Conforme "pescado" no Sobrediplomacia, a portaria saiu; 18 vagas e 48 dias para a prova, após o edital. A 4a fase foi "agregada" a terceira.



Link do DOU

Olá a todos!
Minha vida anda uma bagunça, por isso não consegui elaborar nenhum texto "de autoria própria".  Mas vou atualizando com notícias que acho bastante relevantes; algumas indicam temas que é bom revisar... com a "ameaça iminente do edital de 18 vagas", tudo fica pior! Mas temos que achar um jeito de nos manter em pé :/...
Atualizei a parte de cursos, adicionando 2, o Lynch e o IBRAE (alguém conhece?). Pretendo cumprir a promessa de acabar de por os livros básicos indicados, vamos ver....

abraços a todos e fighting!

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Com Dilma, o Brasil perdeu força na política internacional?

Rompimento com estratégia diplomática de Lula pode erodir a confiabilidade do Brasil nas relações internacionais

A ausência do Brasil em debates internacionais estratégicos está se acentuando no governo Dilma e pode prejudicar a posição do país na comunidade internacional, de acordo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.

Desde a substituição do ministro Antônio Patriota pelo atual chanceler, Luiz Alberto Figueiredo, o Brasil declinou um convite para participar da conferência de Genebra 2, que discute a crise na Síria, e também da Conferência de Segurança de Munique, fórum que reúne representantes das principais potências mundiais para debates sobre política de segurança, entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro.

"Não ir a Genebra 2 e a Munique, na qual o Brasil esteve presente no ano passado com o Patriota, tem consequências diretas. A primeira é que o Brasil não sabe o que está acontecendo, deixa de acompanhar de perto as questões internacionais", disse à BBC Brasil.Oliver Stuenkel, professor da Fundação Getúlio Vargas, é um dos principais críticos da política externa do governo Dilma e afirma que a diminuição da participação brasileira nos grandes debates internacionais ameaça "eliminar os ganhos importantes dos anos Lula".

"O debate não é só sobre a Síria, mas sobre como a comunidade internacional lida com situações assim. Isso pode acontecer num país em que o Brasil tem fortes interesses econômicos, como Angola, e aí já se estabeleceram regras pra lidar com esse conflito das quais o Brasil não participou."

O chanceler Figueiredo declinou o convite para participar da conferência sobre a Síria, com a justificativa de que ficaria no Brasil para preparar a participação da presidente Dilma Rousseff na reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O Itamaraty enviou seu secretário-geral, Eduardo dos Santos, a Montreux (onde foi realizado o início da conferência da Síria).

Em relação a Munique, o Ministério não justificou a ausência de um representante brasileiro.

"A gente vê uma posição passiva brasileira em todas as áreas. Não vemos o chanceler no debate público porque existe um processo de centralização do poder no Planalto e Dilma não dá a ele muita liberdade para se pronunciar sobre questões como a Síria, por exemplo. O chanceler não se engaja muito com a sociedade civil e isso não é só culpa do Itamaraty", afirma o especialista.

Questionado pela BBC Brasil, o Gabinete da Presidência disse que não responderia às críticas.

Já o Itamaraty enviou um e-mail à BBC dizendo que "o Brasil sempre se faz representar em todos os organismos internacionais e privilegia sempre o diálogo nos foros e mecanismos multilaterais. A atuação brasileira nessas instâncias é pautada por princípios permanentes, que dão continuidade e consistência à política externa."

A chancelaria afirmou ainda que a atuação da diplomacia brasileira segue "diretrizes e objetivos definidos conforme interesses nacionais" e ressaltou que "é um dos 12 países do mundo que mantêm relações diplomáticas com todos os demais membros da ONU."
Sem prioridade

"Se pegarmos todos os discursos que Dilma fez e mesmo o momento em que ela fez a troca do Patriota pelo Figueiredo, se percebe que a política externa sempre foi algo secundário no governo dela", diz a especialista em política externa brasileira da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Denise Holzhacker.

De acordo com ela, o governo Dilma adotou uma visão pragmática que prioriza as questões domésticas e, no plano internacional, as discussões econômicas nas quais o país tem interesse direto.

"O ganho (das ações de política externa) na visão da presidente tem que ser ligado a questões econômicas. Nessa lógica, participar de fóruns para construir soluções e consenso não parece tão interessante."


A visão da professora é compartilhada pelo especialista americano em política externa da América Latina Harold Trinkunas, da Brookings Institution, em Washington. "O governo atual tende a ver a política externa como algo que deve servir às políticas domésticas", disse à BBC Brasil.

O Itamaraty afirma que o Brasil "continua participando com protagonismo de grandes debates da agenda global que lhe dizem respeito" e contribui especialmente nos debates internacionais sobre questões de paz e segurança, desenvolvimento sustentável, direitos humanos e outras.

Holzhacker, no entanto, discorda: "Mesmo em temas de direitos humanos o Brasil se manteve distante e da discussão ambiental também, apesar da Rio+20 e de outras conferências importantes terem acontecido na gestão Dilma".
'Medo'

Para os especialistas, um dos motivos pelos quais o chanceler Figueiredo teria pouca liberdade de atuação e de posicionamento seria o "medo" da presidente de que o posicionamento do Itamaraty sobre assuntos como a Síria pudesse, de alguma forma, ter um efeito indesejável sobre sua imagem em ano eleitoral.

"A política externa brasileira geralmente não impacta o debate das eleições, mas neste momento Dilma está tentando eliminar qualquer assunto que possa impactar negativamente a opinião pública em relação ao governo dela", afirma Stuenkel.

Para Trinkunas, as questões discutidas nas conferências na Alemanha e na Suíça tratavam de questões de segurança internacional, que seriam "pouco úteis para o governo Dilma sob a perspectiva doméstica e eleitoral, já que não envolvem diretamente o Brasil. "

"O Brasil perdeu uma oportunidade de influenciar a discussão sobre os principais desafios globais do momento."

Mas em ano eleitoral, a retração diplomática brasileira sinaliza um rompimento com a estratégia da diplomacia dos anos Lula - que pretendia conseguir para o Brasil uma posição de protagonismo e um assento no Conselho de Segurança da ONU.

E segundo Denilde Holzhacker, ela pode ter também um impacto negativo na imagem de Dilma e do PT.

"Ao não participar do debate internacional, ela passa uma ideia de que tudo o que se fez durante o governo Lula foi só para gastar dinheiro e não priorizar os problemas internos. Essa percepção também não é benéfica. Ela reforça as críticas de que este é um governo que não tem uma direção", afirma Denilde Holzhacker.
Legado ameaçado

Segundo os especialistas, manter o excesso de cautela nos pronunciamentos sobre temas globais pode acabar erodindo a posição de destaque do Brasil nos fóruns multilaterais, caso a presidente se reeleja. "Dilma está menos interessada em política internacional, o que limita a capacidade do Brasil de manter o nível de influência que Lula havia conquistado", diz o analista do Brookings.

Oliver Stuenkel afirma que o maior problema para o Brasil será a perda da confiança de seus parceiros internacionais, após um período em que o Brasil "apareceu no mapa".

Após troca de Patriota por Figueiredo teria acentuado ausência brasileira em debates globais

"No final do governo Lula, não se podia mais falar sobre qual é o grande desafio global sem consultar o Brasil e procurar entender o que o Brasil achava. Mas isso certamente vai acabar porque um parceiro internacional precisa ser confiável. Não dá para ter um país que quer participar por oito anos e se retirar por mais oito e depois voltar."

Para Holzhacker, no entanto, o governo Dilma está correto ao não seguir à risca a política externa do governo Lula.

Segundo ela, o ex-presidente cometeu "exageros" ao tentar fazer do país um interlocutor de questões complexas, como o impasse sobre o programa nuclear do Irã – na busca de apoio para um assento no Conselho de Segurança da ONU.

Por isso, a retirada do país de alguns debates é compreensível, mas o governo atual ainda não demonstrou objetivos claros em sua presença internacional.

"O grande exagero do governo Lula foi que abriu muitas frentes (de atuação). É o oposto do governo Dilma, que nem abriu novas frentes nem manteve as frentes tradicionais", avalia.
Espionagem

Mas se por um lado o país parece se distanciar das questões mais conflitantes e urgentes da geopolítica internacional, ele marcou presença na movimentação que se seguiu às denúncias de que o governo americano espionou vários chefes de governo, entre eles a própria presidente Dilma - além de ter acesso às comunicações de milhares de brasileiros.

Em abril, São Paulo sediará uma conferência global sobre os modelos de governança na internet.

Para os especialistas, o protagonismo brasileiro nessa questão – após – é positivo, mas parece uma aposta "segura" de ação de política externa.

"Acho que a razão principal pela qual a Dilma tomou essa decisão foi que ela viu que isso tem um apelo junto à opinião pública e que ela poderia ser vista tomando liderança e defendendo a soberania nacional contra os Estados Unidos", diz Stuenkel.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A decisão da Corte Internacional de Haia que definiu, nesta segunda-feira, os limites marítimos entre Chile e Peru foi interpretada nos dois países como "fim de um capítulo histórico" e entre os políticos como "vitória peruana". Mas analistas ouvidos pela BBC Brasil acreditam que o parecer pode beneficiar os dois países.

"O mapa peruano mudou, nosso território cresceu. O tribunal de Haia atendeu a 70% da nossa demanda", disse o presidente peruano Ollanta Humala, diante de simpatizantes em Lima.

Já no Chile, o clima entre os políticos foi de comoção. "A decisão (do tribunal) representa uma perda lamentável para o Chile", afirmou o presidente chileno Sebastián Piñera. Na mesma linha, a presidente eleita Michelle Bachelet, que assume o cargo em março, disse que foi uma "perda dolorosa" para seu país. A expectativa é que os três se encontrem em Cuba, nesta terça, durante reunião da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

O assunto é sensível nos dois países e a histórica disputa marítima, que remete ao século 19, costuma ser apontada pelos especialistas como principal motivo da rivalidade entre habitantes dos dois países – que apesar disso têm intensificado, nos últimos anos, a relação comercial e econômica e a presença de trabalhadores peruanos no Chile.
Seis anos de disputa

O parecer do tribunal internacional, que não foi unânime, dá ao Peru uma parte maior do oceano Pacífico, mas mantêm áreas ricas em pesca nas mãos do Chile. A decisão foi conhecida após seis anos de expectativas e trocas permanentes de documentos e defesas orais por parte de peruanos e chilenos.

Em 2008, o Peru entrou com ação em Haia pedindo definições sobre os limites marítimos, argumentando que a área não havia sido delimitada desde a Guerra do Pacífico (1879-1883) e tampouco em documentos assinados em 1947 e 1952 (os quais, na visão do Chile, já resolviam a questão).

A decisão do tribunal internacional era esperada com enorme expectativas nos dois países.

"Acho que foi uma decisão salomônica e que deixou as duas partes contentes. O Chile manterá a área marítima que usava para a pesca e o Peru ganha território marítimo mas que ainda não tem condições e infraestrutura para usar", disse à BBC Brasil Carlos Aquino, diretor do instituto de pesquisas econômicas da Universidade Mayor de San Marco, de Lima.

Segundo Aquino, a questão histórica "foi resolvida", mas ainda é preciso ver como a decisão será colocada em prática a partir de agora. "Uma ferida aberta há mais de 130 anos foi fechada - e realmente foi o principal. Os dois países têm forte relação comercial e econômica e precisavam resolver essa questão", afirmou o professor peruano.

Na pratica, o Chile terá da costa, em Arica, no norte do país, até 80 milhas em linha reta, no oceano Pacifico, para exploração marítima. Já o Peru ganhou a partir desta marca de 80 milhas e até as 200 milhas no oceano, disse Aquino.
'Melhor que o esperado'

No Chile, o analista Ricardo Israel, que foi candidato presidencial na última eleição, disse que seu país "se saiu melhor do que se esperava".

"Claro que existe insatisfação com a parte do parecer que privou o Chile de uma área de domínio econômico exclusivo. Mas também houve o reconhecimento de que existia uma fronteira, ela era a partir do ponto que o Chile indicava e era uma linha reta com a fronteira terrestre - e não como o Peru entendia", disse Israel por e-mail.

Para ele, a partir de agora os dois países terão que fazer mudanças legais para se adaptar à definição judicial. "Seria uma boa oportunidade, uma vez por todas, de enterrar o passado e de se assinar um tratado do século 21, que enfrente temas comuns, já que as relações econômicas bilaterais são muito boas", afirmou.

Os dois países têm forte relação comercial e fazem parte da Aliança do Pacifico, que inclui também México e Colômbia. Estima-se que o Chile seja o principal investidor estrangeiro direto no território peruano.

Na visão do professor de ciências politicas da Universidade de Valparaíso (Chile), Guillermo Holzmann, ao definir o limite de 80 milhas em linha reta a área terrestre, o tribunal de Haia "preservou" a pesca artesanal, tradicional, nesta região chilena.

Holzmann entendeu também que houve uma "perda" territorial para o Chile, mas concorda que o país "perdeu menos que o esperado" e o Peru também "ganhou menos que o esperado".

Segundo ele, "não chega a ser uma decisão salomônica, mas minimiza e muito os custos políticos no Chile e no Peru".

"O maior desafio agora será a implementação dessa decisão", disse. Para Holzmann, o tribunal não definiu mecanismos para tal - e por isso mesmo, de maneira bilateral, peruanos e chilenos têm uma "oportunidade" para se começar uma "convergência" também em outras áreas, como a energética.

Nota nº 24

29/01/2014 -

O Brasil foi eleito nesta quarta-feira, 29 de janeiro, por aclamação, para a presidência da Comissão de Construção da Paz (CCP) das Nações Unidas em 2014. Além da presidência, o Brasil dirige os trabalhos da Comissão relativos à Guiné-Bissau.

Criada em 2005, e inspirada em alguns dos princípios promovidos pelo Brasil ainda no final da década de noventa, a Comissão de Construção da Paz tem como principal objetivo auxiliar os países recém-egressos de conflitos armados a consolidarem a segurança, bem como alcançarem estabilidade política e desenvolvimento sustentável com inclusão social. Além da Guiné-Bissau, estão na agenda da Comissão: Burundi, República da Guiné, Libéria, República Centro-Africana e Serra Leoa.

Durante seu mandato em 2014, o Brasil deverá promover maior participação de países em desenvolvimento, organizações regionais e sub-regionais africanas e da sociedade civil nas atividades da Comissão, bem como manter engajamento produtivo com o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Buscará promover ainda reflexão sobre a interdependência entre segurança e desenvolvimento nas atividades de construção da paz e sobre a importância da apropriação nacional e da capacitação de quadros locais para o êxito das políticas de ajuda a países egressos de conflito.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Achei legais esses reclames e, de alguma forma, pertinentes ao assunto do blog. Talvez alguém já tenha visto.


Abraços e fighting!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014




Alguém mais tem esse problema? :/

do BichinhosdeJardim.
Talvez muitos já conheçam, mas, para mim, esse site é novo. Considerando que as nossas tradicionais fontes de consulta em inglês, o The Economist, a Foreign Affairs e a Foreign Policy, estão cada vez mais restringindo os artigos (para mim,a  The Economist permitiu só 3 por mês!), procurei outra fonte com nomes conhecidos e variedade de conteúdos. E achei o site Project Syndicate, que reúne vários textos de especialistas e pessoas conhecidas em diversas áreas. O site é atualizado diariamente, e traz opiniões de vários locais do mundo. Vale muito a pena!

Mudando de assunto, uma informação que não atualizo há tempos no blog é sobre os cursinhos com matrículas abertas. Selecionei alguns que encontrei:

CLIO: Diplomacia discursivo online: curso voltado para a terceira fase, com a elaboração de questões dissertativas semanais e aulas de correção.
Início em 27 de janeiro.

Diplomacia Avançado: consiste na realização de testes simulando o TPS todas as semanas, e aulas com correção, de cada matéria. Início em 21 de janeiro (há início a cada fim de ciclo). Só nas unidades presenciais e tele.

Diplomacia Expresso Online: pelo que entendi, é um curso de revisão de cada matéria. Tem início em 3 de fevereiro.

ATLAS: o Atlas ainda tem alguns cursos da promoção de Natal com descontos. Além disso, o curso REGULAR é para iniciar em 12 de fevereiro, o avançado de redação para 18 de janeiro (talvez atrasou),  e há os módulos temáticos. LINK AQUI.

Abraços e fighting!


domingo, 12 de janeiro de 2014

The Mixed Legacy of an Israeli Unilateralist

By Hussein IbishFrom: Foreign AffairsAcesso em 12/01/2014

For most Arabs, no Israeli in history is more synonymous with violence and Israeli expansionism than Ariel Sharon. His name quickly conjures the worst massacres, deepest pro-settlement fanaticism, and most extreme nationalistic provocations in the Palestinian bill of particulars against Israel. Less readily appreciated by most Arabs is the complexity of Sharon's legacy and the important lessons, both positive and negative, his final policies suggest for peace.

For most of his life, Sharon was the epitome of what has been called "gun Zionism": the notion that Jewish Israelis have a kill-or-be-killed relationship with the Arabs, and above all the Palestinians, surrounding them. He spent most of his professional life armed, first as a teenager in the Jewish underground under the British mandate in 1942, and then as a Haganah fighter in the so-called "Battle for Jerusalem" in the fall of 1948. Sharon quickly earned a reputation as a maverick best suited for missions that required ruthlessness -- before long, he was placed in charge of Israel's early "special operations" Unit 101.

This group eventually specialized in tit-for-tat raids with Palestinian guerrilla groups, which often resulted in civilian deaths on both sides. The most notorious of these was the Qibya massacre in 1953 when troops under Sharon's command attacked a West Bank village and killed 69 Palestinians, two thirds of whom were women and children. Sharon later wrote that he had believed that the civilians had already fled the village when their homes were destroyed, although contemporaneous documents cast doubt on that account. Sharon told his troops the purpose of the attack was "maximal killing and damage to property," and reports from both the Israeli military and UN observers are consistent with a deliberate effort to kill civilians as opposed to Sharon's version.

In Israel's conventional wars with Arab armies, Sharon was generally regarded as an effective, but unpredictable and undisciplined, commander. But the Israeli public was quick to lionize his performance in the 1973 war, during which he was credited with creative maneuvers that defeated Egypt's Second and Third Armies on the crucial southern front. National fame led to a political career, and in 1981, Sharon became Israeli Minister of Defense.

That made Sharon Israel's de facto commander-in-chief during the country's invasion of Lebanon. In September 1982, Sharon's forces facilitated and, in effect, permitted a large massacre of Palestinian civilians by Lebanese Christian militias at the Sabra and Shatila refugee camps under Israeli control. Although Lebanese carried out the actual killings, the Israeli government in general, and Sharon in particular, are almost universally considered by to be responsible. As Israel's defense minister at the time, the troops controlling the camps were under his direct command. Israel's own Kahan Commission of official inquiry into the massacre held the Israeli military "indirectly responsible" for the massacre and found that Sharon "bears personal responsibility" for not anticipating the entirely predictable killing or taking any measures to stop it. The Commission recommended his removal from office. 

The bodies piled up in Sabra and Shatila irrevocably defined Sharon's reputation for Arabs and many others. For almost two decades, his political career languished on the margins. But, as memories faded, he clawed his way back into favor, cultivating a growing constituency on the ultra-nationalist right during the first premiership of Benjamin Netanyahu. Succeeding Netanyahu as head of the Likud party, Sharon proved that he had maintained his talent for provocation. In September 2000, Sharon, accompanied by large numbers of police officers and some Israeli extremists, marched through the Haram Al-Sharif complex, also known as the Temple Mount, and declared that the holy Muslim sites there would remain under permanent Israeli control.

In most Palestinian and Arab narratives, this is considered the beginning of the second intifada. Standard Israeli narratives, by contrast, hold that Palestinian President Yasser Arafat launched it through deliberate Palestinian violence after the failure of the Camp David summit in the previous summer. Both versions are contradicted by the definitive Mitchell Commission Report, which cites instead Israeli border police use of live fire against Palestinians at same holy site a few days after Sharon’s visit. But if Sharon was trying to provoke an incident, as the Mitchell Report strongly implies, he certainly succeeded.

The subsequent explosion of the Second Intifada propelled Sharon, at long last, into the premiership, in February 2001. His attitude towards the conflict was tough by Israeli standards (and even by Sharon's own standards) and ensured that many more Palestinian civilians perished than Israelis. Yet as he was confronting, perhaps for the first time in his career, a conflict that clearly had no military solution, he endorsed, with some reservations, the U.S.-led Roadmap for Peace in 2003. And, in 2004, Sharon explicitly acknowledged the need for a Palestinian state. He even started referring forthrightly to the Israeli "occupation" of Palestinian lands, something most Israeli right-wingers rarely admit.

Sharon was shifting. But why? In general, Israeli leaders who have gone from being pro-occupation to supportive of Palestinian statehood have been impelled by the same factor: demographics. Sharon was no more able to answer what Israel was to do with 4.5 million occupied Palestinians -- men and women whom it could neither incorporate nor peacefully dominate -- than his predecessors. The only viable conflict-ending solution was a Palestinian state.

Sharon was not the Israeli leader who would make a final peace agreement with the Palestinians. But he did take a major step, the implications of which Palestinians and Israelis alike cannot underestimate: he evacuated settlements in both Gaza and the northern West Bank. Sharon did not do this in the interests of peace. He did it as an Israeli national imperative, and a way to resolve a strategic liability. Sharon's action is sometimes erroneously described as a "withdrawal" from Gaza, but Sharon more accurately termed it a "unilateral redeployment." In other words, Sharon's shift was not one towards an agreement with the Palestinians, but rather towards increased Israeli unilateralism. His action was entirely pursuant to Israeli interests and conducted without any agreement on the Palestinian side.

In his unexpected action, Sharon faced and overcame substantial resistance from the settlement movement in Israel. By explaining why the evacuation was a strategic and military necessity, he ultimately mobilized the support of a large Israeli majority. Indeed, the experience led him to leave the Likud and form a new center-right party, Kadima, shortly before the stroke that incapacitated him. Several Israeli journalists have suggested that Sharon was anticipating repeating a larger withdrawal in the West Bank should he become Kadima’s first prime minister.

There are two crucial lessons to be drawn from Sharon's last major action and final legacy, one positive, the other negative. On the positive side, Sharon demonstrated that settlements can, in fact, be evacuated. Because of his actions, it is no longer even possible to ask whether the Israeli government is capable of dismantling settlements. The questions are simply when and where they will choose to do so. And that means that none of the existing settlements and other demographic, infrastructural, topographic, or administrative changes Israel enforces in the occupied territories should be regarded as irreversible. The implications of this for the prospects of a two-state solution are profound.

On the negative side, Sharon yet again demonstrated that unilateralism between Israel and the Palestinians is a dead-end that only produces more conflict. Unilateral acts do not leave a party on the other side that has entered into a mutual agreement for its own reasons and therefore has a stake in making things work. It would have been wiser for Palestinians to have responded to the Gaza redeployment differently -- in the event, they allowed Gaza to fall into the hands of Hamas rather than reflecting a well-functioning and properly-governed society. But Israel did not give them any clear incentive to see the action as an opportunity for progress. Exactly the same can be said of Israel's withdrawal from Lebanon in 2000, which was as unilateral as its various invasions of that country had been.

Israelis should consider this when they complain that their “withdrawals” from Lebanon and Gaza were "rewarded" with rocketfire from Hezbollah and Hamas. To conclude that Arabs are recalcitrant or that agreements with them are impossible is to badly misread the reality of such policies. What unilateralism produces is a change in the context of conflict, not an end to it. The same would almost certainly apply to any Israeli unilateral action, as reportedly contemplated by Sharon, in the West Bank.

One need only contrast the track record of unilateralism with that of mutual agreements between Israel and its Arab neighbors. The peace treaty with Jordan is rock solid, and that with Egypt has survived the transitions from Anwar Sadat to Hosni Mubarak to military rule to Mohamed Morsi and now the new, interim Egyptian government, entirely unscathed. Even the armistice with Syria has been largely satisfactory from the Israeli point of view. 

The real legacy of Israel's most famous and notorious practitioner of "gun Zionism" was to simultaneously demonstrate that the government of the State of Israel is, despite all its doubts, capable of overriding the settler movement in the greater national interest, but also that if it does so unilaterally, it will be a dead-end. Whether Sharon himself would have come to see this by now, or would have clung to a vision of unilateralism -- as so many on the Israeli right are increasingly coming to embrace -- we cannot know. But, even if he never got the chance to draw the right conclusions from the unsatisfactory consequences of his final policies, the rest of us can, and must, act on their implications.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Mais uma de motivação, desta vez, um vídeo da TAM. Acho que muitos aspirantes a diplomata tem algo em comum com muitos aspirantes a carreira na aviação: a vontade de conhecer o mundo, de ter contato com várias culturas, uma vida um tanto dinâmica e ajudar aos outros.
Porém, nunca achei vídeos de pessoas que venceram o CACD falando com tanto amor sobre a carreira. Talvez porque é uma carreira pública, mas também pode ser porque as pessoas achem inadequado à profissão se expressar dessa forma. 
Queria encontrar algo assim, ultimamente achei uns textos que me deixaram um tanto desmotivada, falando sobre excesso de burocracia ou de um estilo de vida longe do de muitos candidatos, que vieram do interior ou tiveram vidas muito simples. Creio que, felizmente, isso está mudando, sobretudo com os incentivos do governo, e que, cada vez mais, a diplomacia será uma profissão para o que deve servir, no mundo atual: tratar, sobretudo, de melhorar o país e a vida das pessoas. Afinal, o que é um Estado sem pessoas?
Antigamente, a carreira do Diplomata era muito mais próxima a uma ideia de elite e aristocracia, até porque o Estado não servia ao povo. Às vezes me parece que ocorre como a situação que visualizamos nas carreiras jurídicas, sempre estando atrás da sociedade; isso faz com que muitos pensem que é algo só para quem tem sobrenome e uma vida de luxo. Mas o diplomata é um funcionário público como outro qualquer, pago com o dinheiro do povo, e que se prontifica a trabalhar para as pessoas, através do governo. 
Cabe aos que ingressam na carreira construir essa relação.

Ah, coloquei uma página sobre morar em Brasília. Falta ainda (da enquete do ano passado) acabar as dicas de leitura, e acho que farei uma página sobre o concurso. Porém, construí-las demanda tempo, pesquisa e paciência, então, não prometo que ocorrerá logo :/.

Abaixo, segue o vídeo. Espero que ajude a quem tem dúvidas e momentos em que temos vontade de desistir. Os funcionários mostram como vale a pena lutar por uma carreira pela qual sonhamos, como é bom fazer aquilo que você gosta, para o que se esforçou tanto e conseguiu. Mas também mostram que, da mesma forma que nós, há dúvidas, dificuldades, e apreensões, que devem ser vencidos.


Espero que gostem!

Abraços e bons estudos! Fighting!

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