quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Trilha sonora :)

Uma das coisas que me faz ter tanta vontade de seguir a diplomacia é acreditar que isso proporciona que conhecemos a diversidade do mundo. Acredito que, dependendo da função em que se atua, o diplomata pode ter contato real com as pessoas, costumes e culturas. Além disso, creio que é criada certa facilidade para nos tempos de folga viajar e conhecer um pouco mais sobre locais e culturas curiosos.
A maioria das pessoas já tem definido o que quer fazer, os locais em que sonha trabalhar e os países em que gostaria de viver. Eu não. Eu quero seguir a diplomacia para viver em qualquer lugar, mesmo os mais remotos e difíceis. E gostaria de trabalhar com pessoas, diretamente, se possível (sonho, sequer passei no concurso >.<). Eu não sonho em morar na Europa, nos lugares mais "desenvolvidos", cidades mais bonitas e mais luxuosas, e ter contato com as "mentes mais importantes" (algo que acho muito controverso, já que muitas pessoas das mais incríveis são anônimos e subjugados). Aliás, não entendo quem pensa "até na África", a África é incrível!
Eu gostaria de morar nos países mais curiosos, mais diferentes e poder conhecer as pessoas, as suas culturas, ideias de vida, e como fazem para superar isso. Talvez porque, de uns tempos para cá, aprender a superar é uma constante na minha vida. E a impressão que tenho é que isso sempre vai me acompanhar, a cada dia, a cada ano, aprender a viver, a ter paciência, a compreender. E não há melhor maneira de aprender isso do que com as pessoas simples que tem que viver o dia-a-dia. Aliás, as culturas diferentes, crenças e costumes nos ensinam um pouco sobre conceitos de mundo, e, como se fossem um quebra-cabeça, o contato com cada uma delas nos faz ter "revelações" parciais do que é esse universo.
Acho fascinante a ideia de exploradores urbanos, pessoas que trilham caminhos "sagrados" a pé, aventureiros que fazem trilhas, quem supera seus limites para conhecer o fundo do mar ou os lugares mais altos do planeta. Essas experiências não precisam ser compartilhadas na internet (ao contrário do que a maioria faz, querendo exibir viagens luxuosas), porque o que importa é o quanto elas nos transformam, o quanto aprendemos sobre o que é a vida, e sobre o mundo; que na verdade, tudo é parte de uma "grande bola flutuante no universo".
Eu acho que isso é um pouco da diplomacia; é descobrir, superar, desafiar e tentar unir, unir as pessoas, aprender com elas, e progredir, cada um progredir com o que o outro tem a ensinar...

Esse ensaio, que vi na BBC, mostra um pouco como os locais remotos e as culturas distantes são as mais fascinantes. Creio que ainda guardam muito da essência do mundo e da humanidade (se é que existe isso), ao contrário do nosso mundo frenético, tecnicista e virtual (e falso também). Se virarmos diplomatas, teremos sorte de poder resgatar um pouco disso. Isso me inspira a seguir em frente. Acredito que isso é uma das "bençãos" de passar no concurso, e, considerando o que estudamos sobre a diplomacia brasileira, teremos a sorte e a honra de poder vivenciar e ajudar a construir.

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'Antes que morram': fotógrafo capta diversidade de tribos indígenas no mundo
BBC
As tradições e costumes das poucas tribos indígenas remanescentes do planeta foram documentadas pelo fotógrafo britânico Jimmy Nelson, que as reuniu no projeto "Before They Pass Away" (Antes que elas morram, em tradução livre).



Entre as tribos retratadas estão nativos seminômades cazaques, do oeste da Mongólia - um deles é visto na foto acima durante a temporada de caça.



Papua Nova Guiné ocupa o leste da segunda maior ilha do mundo e está sujeita à atividade vulcânica, a terremotos e a grandes ondas. Em termos linguísticos, trata-se do país mais diverso do mundo, com mais de 700 idiomas nativos. Muitas das tribos retratadas por, como Huli, Asaro e Kalam, vivem isoladamente no montanhoso interior da ilha e têm pouco contato entre si ou com o mundo exterior.



Chukotka, no extremo nordeste da Rússia, é uma região extremamente remota, às margens do estreito de Bering e do círculo Polar Ártico. Moram ali 68 mil pessoas, sob um rigoroso inverno de temperaturas de até -40ºC. Acima, os chukchi, uma das tribos habitantes da região, dentro de um abrigo.



A Nova Zelândia é dominada por dois grupos culturais: os de ascendência europeia e a minoria maori, cujos ancestrais polinésios chegaram às ilhas neozelandesas cerca de mil anos atrás. Os primeiros europeus a chegar ali ficaram espantados pelos desenhos nos rostos e corpos dos nativos. Os rostos dos homens costumam ser marcados da testa ao pescoço, semelhante a uma máscara e servindo como forma de provar a virilidade do guerreiro.



O antigo reino de Lo - agora conhecido como Alto Mustang - costuma ser descrito como a mítica Shangri-lá escondida do Nepal, por ser um local remoto e isolado do mundo exterior. A região é um dos poucos lugares onde a cultura tibetana permanece intacta. Até 1992, era totalmente fechada para turistas. Acima, a tribo Lopa, em Mustang.



O gaúcho é o equivalente argentino ao caubói americano - espíritos livres que percorrem os pampas, cuidam do gado e não são subordinados a ninguém.



Grupos nômades, vivendo às margens da sociedade no Chifre da África, vivem sob pressão e temem que seu estilo de vida tradicional esteja a perigo. A tribo mursi, pastores na região Omo do Sul, na Etiópia, é um desses grupos.



Os Rabari são uma das sociedades mais reclusas e tradicionais da Índia, famosos por sua robustez e pelos incríveis bordados que criam. As mulheres da tribo chegam a passar anos costurando itens de seu dote.



As ilhas Vanuatu obtiveram sua independência da França e da Grã-Bretanha em 1980. A maioria das cerca de 80 ilhas são desertas; algumas têm vulcões ativos. A terra é muito importante para os indígenas ni-Vanuatus (vistos acima perto de um vulcão) e uma parte significativa de sua cultura.



Pastores de renas da tibo Nenets habitam a península Yamal, no Ártico russo, há mais de mil anos. Hábitos do século 21 parecem muito distantes deles, mas muitos têm celular, motos especiais para a neve e geradores. Os pastores se opõem à chegada do desenvolvimento em sua região com medo de perder mais de suas terras pastorais, de onde tiram o alimento de suas renas.


Site do projeto (com fotos incríveis): http://www.beforethey.com/
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Abraços, bons estudos e fighting! ;)


9 comentários:

  1. Cara Maria,

    Devido a grande utilidade que o seu blog possui, tomei a liberdade de utilizar alguns links para o meu blog recém-nascido, http://historiaseconversasdiplomaticas.blogspot.com.br/. Você se importa?

    Desde já, saudações cordiais.

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  2. Olá, Danilo! Fico feliz por sua visita :D!
    Sem problemas, tudo aqui é aberto, pode copiar a vontade, inclusive os links e postagens que achar úteis. O importante é difundir a informação :)! Pretendo aprimorar com informações sobre morar em Brasília, bibliografia básica e links de textos importantes, assim que eu colocar, pode copiar para seu blog.

    Abraços e sucesso!

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  3. Tudo bem, Maria. Muitos links, eu simplesmente redirecionei para o seu blog, pois o mesmo tem uma organização muito boa. Muito obrigado pela ajuda.

    Abraço e sucesso, igualmente.

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  4. Olá Maria

    Confesso que tenho alguns locais em mente pra futuras lotações rsrs Me encantam principalmente os países escandinavos. Mas também muitos outros.
    Por enquanto não rola muita curiosidade com relação ao continente africano, mas tudo muda, não é mesmo? Até passar no concurso, até cursar o Rio Branco, até trabalhar na SERE...

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  5. Maria, não desapareça! Faça uma postagem aí de vez em quando....abraço Leonardo.

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  6. Leonardo não desapareci e nem desaparecerei :D! Só estou com umas "prioridades ultraprioritárias" que tomam o meu tempo e pensamento hehehe... mas logo espero voltar com fôlego total :D! Abraço!!!

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  7. @Luciana Rogalski Oi Luciana! Obrigada pela visita! Bom, acho que todo mundo tem seus sonhos, mas o que acho importante é ser aberto para experiências. Eu não ficariam neeeem um pouco triste de ser mandada ao Japão ou à Coréia do Sul (e até do Norte!) rsrs...
    abraços e obrigada pela visita :D!

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  8. Olá Maria,
    Agradeço muito por sua atenção e vou aproveitar para lhe perturbar mais um pouquinho...
    Já sou servidor federal mas vi que minha metodologia de estudo para conseguir ser aprovado não serve muito para o cacd. Penso que o fundamental para um concurso com essa quantidade de conteúdos é ORGANIZAÇÃO. Assim, mesmo estando cônscio das singularidades no ato de aprender, tenho reunido alguns relatos (Bruno Rezende, Guilherme Raicoski) para ver se otimizo o inicio dos meus estudos.
    1)Vc conhece outros relatos "de fôlego" além dos citados acima? (não encontrei outros na net);
    2) Vc fez ou conhece alguem que fez o atlas online? vale apena para um iniciante? (obs.: na minha cidade nao tem telepresencial).
    Abaços

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  9. @Rafael Maia Olá! Fique a vontade para perguntas ,não é uma perturbação, fico feliz em poder ajudar :)!
    Sim, é muito importante uma organização, ou, ao menos, a noção do que se deve estudar. O estudo em casa faz com que os alunos, muitas vezes, extrapolem o necessário e não foquem no realmente importante.
    Na comunidade do IRBR no facebook eles compartilham alguns materiais, tem, inclusive, material dos cursinhos (cronogramas antigos), que pode ajudar na organização. Quanto aos depoimentos, havia muitos na época do Orkut; a comunidade ainda está lá e acho que tem como acessar (e tem alguns recentes),mas, geralmente,são pequenos. Tenho um guardado no meu computador; vou ver se acho e lhe digo de quem é, que é outro um pouco mais extenso. No mais, tem algo na revista do Curso Sapientia, que sai regularmente, entrevistando aprovados e também alunos.
    Quanto ao Atlas, acho que é bom, sim. Todos os cursinhos tem prós e contras,e o Atlas está há tempos no mercado.Grande parte dos alunos acaba fazendo muitos cursinhos, muitos fazem uma matéria em cada um, assim, não se pode guiar muito pelos índices de aprovação, porque eles medem alunos que fizeram algo em determinado curso alguma vez na vida, nem que seja só uma matéria. Peça para ter acesso aulas experimentais para conhecer melhor. Uma colega me disse que lhe disseram ser bom.
    Mas o Atlas online é apenas áudio (até onde sei); alguns reclamam que fica sem acesso aos PDFs das aulas (não sei se costuma ter muito nas aulas). Apesar disso, falam que, pelo custo e pela qualidade das explicações, vale a pena. Vc pode perguntar lá no Facebook, também, eles criaram um só para falar de cursos. É meio complicado, mas em geral o povo responde algo.
    Também tem o Curso Sapientia, que é a distância, e dizem que é muito bom. Esse transmite videoaulas a distância.
    Abraços!

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