Olá a todos!
Faz tempo que não posto aqui!
Finalmente, acho que retornarei! Este post é para explicar um pouco do que aconteceu comigo. Precisei dar uma pausa para por a cabeça no lugar. E, sim, foi bastante tempo. Quem acompanhou o blog, sabe que o Rio Branco é meu sonho, e algo pelo qual venho com certa dedicação há um tempo. Isso implicou em minha mudança (sozinha, e sem conhecer uma alma) para Brasília, logo após formada, e a engrenar nos estudos e MUITAS aulas no Clio. Eu também transferi a minha faculdade para a UNB, e quero terminá-la...
Ano passado foi o começo disso tudo. Longe da família, das paisagens e climas conhecidos, do sotaque... não foi tão ruim; Brasília é uma boa cidade para morar. Muito boa, bonita, aconchegante. Acho que encontrei um lugar que gosto. O problema maior foi que, desde o Ensino Médio, venho estudando MUITO, primeiro, para ingressar na Federal, e, posteriormente, para ter um bom currículo. Ao contrário da maioria, minha faculdade foi a pior fase da minha vida. Não gostava dos meus colegas, meu curso era muito ruim, e eu não via retorno no que fiz. Para 'fugir' disso, fazia muitas coisas.
Do E.M. para cá, foram cerca de 7 anos dormindo muito pouco (4 ou 3h/dia), com sobrecarga de atividades e de estresse. Há cerca de cinco anos não tenho férias. Nem sei mais o que é descansar e ir a uma praia... e o final da faculdade, o período que eu achei que a minha "felicidade" viria, foi decepcionante. Tive problemas na adaptação do currículo na UNB, e não consegui render o que queria. Além disso, mudar para tão distante é saber o que as pessoas tem a oferecer, e, para mim, foi uma imensa decepção com tudo que havia "construído por anos", principalmente com a família. Fora isso, a situação familiar não é tão boa.
Então, imaginem. Eu resolvi engrenar forte nos estudos a partir de novembro/dezembro, trocando os dias pelas noites, tomando muito café, não tive final de ano, nada. Isso depois de um semestre de cálculo 1 com a obrigação de passar! Achei que isso traria alguma coisa, a velha máxima de "o esforço resultará em algo". E tive um PÉSSIMO desempenho no CACD, pior do que quando eu não estudava. Sem contar que, na semana de provas, eu mudei de ap. para outra área da cidade (e, neste ano, outra mudança: não moro mais sozinha). Isso cansa, essa inconstância da vida e a dedicação sem resultados.
Bom, eu pirei, literalmente!Tive fortíssimas crises de ansiedade, TOC e o escambau. E passei por isso sozinha... agora faço tratamento, psiquiátrico e psicológico, e o bendito remédio (não sei o que seria sem ele, no momento) me rendeu uns 3 meses de efeitos colaterais fortes e bem ruins :(. Fora isso, eu perdi uns 7 kg em meio ano.
Esse post não é para falar somente de mim, mas também para mostrar um lado dos estudos que eu nunca vi ninguém contar. Evitei ao máximo falar sobre isso, aqui, decidi fazê-lo, pois acho que pode vir ajudar. Felizmente, em algumas conversas na internet (recentes), pessoas me alertaram para dar uma parada, pois isso pode piorar, e forçar a anos para recuperação. Tudo o que eu acumulei de falta de sono, cafeína e estresse nesses 7 ou 8 últimos anos provavelmente danificaram meu cérebro. Isso provoca problemas nas conexões, alteração do ritmo biológico e funcionamento de genes e dos neurônios. Resulta em doenças muito chatas e fortes. Para melhorar, é preciso reacostumar o organismo (por isso a psicoterapia), e ter outro ritmo de vida. Além dos remédios. Mas isso não ocorre de um dia para o outro. Ainda tenho síndromes de pânico, de ansiedade, de depressão... só que, atualmente, sei lidar com isso.
Eu me permiti essa pausa, e diminuir o ritmo, dormir mais, até me sentir apta a retomar. E não quero estudar 12h por dia (por deus, quem faz isso? Se nem é permitido trabalhar isso tudo!). Eu quero ser uma pessoa comum, capaz de dormir, de ver televisão, e de estudar o que conseguir. De sair sem sentir culpa, tirar umas férias e uns feriados, podendo ler uns capítulos, mas sem correr contra o tempo. Não quero acreditar nos mágicos que não comem e não dormem para passar no concurso, e que não querem ter vida social. Quero poder desempenhar algo que eu goste, também, e curtir quando meus pais me visitam. Sinceramente, admiro mais quem consegue assim, com equilíbrio, do que quem dá uma de "super-herói". Nem sei se isso é verdade. Porém, aos que querem ingressar nessa vida, saibam das verdades que ninguém conta. Não façam disso a vida de vocês, como eu fiz - e não tive qualquer retorno - mas façam disso parte dela. E não tem por que não dar certo. Muitas pessoas passam "quando menos esperam".
Nesse tempo, assisti mais a televisão, e, algo que eu gosto muito é de ver clipes. Tem uma música do Eminem (eu adoro ele!) que fala um pouco sobre isso. Li que ele era viciados em remédios psiquiátricos. Pelo que entendi, na música ele fala sobre isso, sobre o fato de haver essa pressão do "agarre o momento", "faça o máximo", e como isso o deixou doente e transtornado. A vida não é assim, ela dá oportunidades, muitas, e, muitas vezes, quando não ocorre exatamente o que queremos, vem muitas coisas boas. Um exemplo pessoal, eu fui proibida de cursar Relações Internacionais, mas, ao ter que achar alternativas, pude conhecer pessoas incríveis, estagiar, cursar economia, e ter amigos para a vida toda. Se tivesse conseguido o curso, sei que a turma não era boa, e a graduação também não. Teria perdido tudo o que ganhei. É claro que isso não significa que eu não devo fazer o que quero, mas que um pouco de paciência e aceitação das circunstâncias é positivo!
Gostaria, por fim, pedir desculpas pela minha ausência, principalmente ao Danilo (do blog Diplomacia: uma perspectiva...) e ao Leonardo (do Sobrediplomacia). Fizemos um grupo de estudos, e eu sinto que abandonei ele. Pude perceber como vocês são o máximo, queria muito que fôssemos colegas :D! Não queria decepcionar vocês, mas, como a maioria não estava rendendo, também não me senti culpada. Então, me permiti parar. Mas estou à disposição para tentarmos outra vez :)!
Abaixo, deixo a música do Eminem e uma do Natiruts (de Brasília) para descansar e equilibrar a vida. Não é a toa que as religiões nos ensinam isso. E acho que somos burros ao tentarmos cada vez mais sermos máquinas e cada vez menos animais e naturais. Todo bicho gosta de uma vida tranquila, descanso, paz. Isso faz parte da nossa natureza, não temos por que eliminar isso.
Para finalizar de vez o post, parabéns aos novos diplomatas! Tem gente ali que me encheu de orgulho, me ensinou muito, mesmo que com a observação. Obrigada por me permitirem um pouco dessa alegria :D!